O expressionismo abstrato de Luís Sun revela um simbolismo fantasioso feito de energias e de cores

Acervo Artístico - Emanuel von Lauenstein Massarani
21/12/2004 14:00

Compartilhar:

Clique para ver a imagem " alt="Obra "Explosão no cosmos" Clique para ver a imagem "> Clique para ver a imagem " alt="Obra "Espaço Cósmico" Clique para ver a imagem "> Luís Sun<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Luis sun.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Frente a um artista é fácil procurar suas contradições, não somente no que tange aos temas, mas sobretudo no que se refere ao estilo, mesmo se a técnica em linha de máxima acompanha a vida do artista, não sempre ligada estritamente ao estilo. De Luís Sun podemos relevar duas facetas, uma tênue, delicada, às vezes arcádica; a outra, de força e vigor. Uma e outra faceta têm em comum a espontaneidade e a inspiração sustentada pelo estudo e pela experiência.

Cascatas de cores, violências de vermelhos, de amarelos dourados, relevos e extratos de pinceladas densas de matéria informe se sobrepõem. Trata-se de uma pintura suntuosa, a ser classificada na ordem de um expressionismo abstrato.

Erupções, colunas de fogo que se libertam, exprimindo energias dos elementos liberados, festa de cores, esses os outros aspectos de uma inspiração pictórica feita de imagens que nascem da ruptura de todo o esquema construtivo e se impõe com evidência e que pertencem a um certo simbolismo fantasioso. O artista cria uma visão pictórica aberta e vibrante que se distribui dentro de uma livre arquitetura de planos, com ritmo fluido de linhas e variações cromáticas intensas.

A luz é um nó infinito, do qual se espalham os raios das prevaricações emotivas e aquelas densidades idealísticas, cujas texturas formam sulcos. A área experimental ilumina abismos, crateras de fatos retóricos, nostalgias passivas que servem à memória em crise, sejam místico-sensuais ou patético-viscerais. Assim, quando a luz atravessa a geografia das telas de Luis Sun, ela conduz à descoberta de sutis elementos existenciais abertos a procura de todo tipo de realismo.

Luis Sun se expressa ora como poeta, ora como narrador, ora como pintor, não por escolha lógica, mas por necessidade de expressão. Não se pode conhecer o animus desse artista se não realizarmos uma interpretação global de sua personalidade oriental, que é reconduzível a uma unidade ideológica expressa diretamente ou através de metáforas ou por ironia dicotômica.

Suas obras "Espaço Cósmico" e "Explosão no cosmos", doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, são resultado da relação de uma análise unitária que registra sensações restauradoras no contexto das obras, onde suas imagens estão coladas nas telas por necessidade de relevo, por estímulo à fantasia que rompe as formas, cromatizando-as.

O Artista

Luis Sun, pseudônimo artístico de Sun Chi Hwa, nasceu em 1932 em Taiwan. Formou-se pela Faculdade de Comunicação e Cultura de Taipei, onde também trabalhou em desenho publicitário e comunicação através da pintura. Em 1971, imigrou para o Brasil e estabeleceu residência em São Paulo, inicialmente trabalhando como autônomo. Em 1993, decidiu retornar à pintura.

Participou de diversas exposições coletivas, entre as quais pode-se destacar: Artistas Chineses Residentes no Brasil, São Paulo (1993); Associação de Artistas Plásticos Chineses no Brasil, SP (1997, 1998 e 2001); Associação Tomonokai do Museu de Arte Nipo-Brasileiro, SP , (1999 e 2001); Festival Cultural Hai Hwa, SP (2000); Espaço Cultural Infraero em Congonhas, SP (2001); Encontro da Arte, Alphaville , SP ; "Prêmio Menção Honrosa" (2001); Aquarela do Brasil "A Imigração em São Paulo" , AAPC, SP (2001 e 2002); "De mãos dadas", pinturas Brasileira na Baviera, Alemanha (2002); Fundação Nacional de Arte, Funarte, SP (2002); Espaço Cultural da Marinha "Algodão o filho do Sol" , São Paulo, SP (2003); Espaço Cultural Prodam, São Paulo, SP ; Retalhos de Solidariedade "Centro um" : Belas Artes de São Paulo, SP (2004).

Entre as exposições individuais, salientam-se: Espaço Cultural Banco do Brasil (1995); Parque Avenida Galeria de Arte, SP (1999); Livraria Cultura (2000); Espaço Cultural Tower, SP (2001); Espaço Cultural da Justiça Federal (2002); Espaço Cultural Fórum Pedro Lessa, SP (2002); Espaço Cultural Wiston Churchill, SP (2002); e Biblioteca Mário de Andrade (2002); Conjunto Cultural da Caixa, São Paulo, SP (2003); Espaço Cultural Incor-HC, São Paulo, SP (2004).

Suas obras estão em diversas coleções particulares e oficiais, entre elas: na Faculdade de Medicina e Zootecnia da USP; no Ministério dos Residentes no Estrangeiro em Tapei, Taiwan e no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp