Ex-presidente da AES Eletropaulo nega responsabilidade sobre empréstimo

Matéria do dia 8 de março de 2007
12/03/2007 16:03

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Luiz David Travesso<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/CPIEletropaulo08mar07Robluiz d. travesso01.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em depoimento à CPI que investiga possíveis irregularidades no empréstimo do BNDES à Eletropaulo, o ex-presidente da empresa, o engenheiro Luiz David Travesso, afirmou que em nenhum momento teve participação na contratação da dívida. Ele declarou que assumiu a presidência da Eletropaulo em dezembro de 2000, exatamente na época do "apagão", e que, portanto, sua gestão se voltou para a superação do problema. Segundo ele, foi em abril de 2002, no final de sua administração, que conseguiu colher os resultados positivos, com a melhoria do atendimento e da produtividade da empresa.

Travesso, que hoje é sócio dirigente de uma empresa de investimentos, informou que começou a trabalhar para a empresa americana prestando serviços à AES Brasil Ltda., com a função buscar novos investimentos no país.

O relator da CPI, deputado Jonas Donizette (PSB), lembrou que, antes de ocupar a presidência, o engenheiro já ocupara cargo no conselho administrativo da Eletropaulo e quis saber do depoente como eram discutidos os assuntos referentes à situação de inadimplência da AES e se ele mantinha relações com membros da direção do BNDES à epóca da contratação do empréstimo. Travesso insistiu que não acompanhou as questões referentes ao empréstimo, até porque a dívida, segundo ele, não era da empresa que dirigia, mas da Ligthgás. Disse que não mantinha relações com membros do BNDES e que, no único contato mantido com o banco " quando acompanhou a renegociação da dívida de uma das empresas no final de 2001 ", conversou com Maria Cristina, responsável pela área de energia. Afirmou não se lembrar do nome completo da funcionária e também não soube dizer quem era, na época, o presidente do banco.

Mais adiante, Travesso recordou-se de que quando presidia a Eletropaulo convidou Helena Landau, ex-diretora do BNDES, para compor o conselho administrativo.

Sopa de letras

Os parlamentares presentes à reunião comentaram a "falta de memória" e o excesso de siglas nas respostas do ex-presidente da Eletropaulo. "A CPI tem conhecimento suficiente sobre o assunto que está tratando e as nossas indagações têm procedência. Sei que há no mundo jurídico a verdade real e a verdade formal, que muitas vezes não estão em consonância", alertou o deputado José Bittencourt (PDT), pedindo ao depoente que colaborasse com a comissão.

Também o presidente da CPI, deputado Antonio Mentor, referindo-se à sucessão de siglas nas respostas, reclamou da "verdadeira sopa de letras, sem apontar os vasos comunicantes entre elas".

"Financial Times"

Sobre a polêmica reportagem publicada no Financial Times que trata de sua participação em suposto acordo armado pela AES para o controle do preço mínimo no leilão da Eletropaulo, Travasso disse que a matéria é inverídica e que havia interesses outros por trás do jornal. Segundo ele, várias são as razões que explicam a existência de apenas uma concorrente no leilão, como o temor que pairava sobre a economia brasileira e a instabilidade no modelo regulatório brasileiro.

alesp