Beatriz Perotti procura atingir o subconsciente sondando o poço da memória

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
05/12/2006 16:40

Compartilhar:

Beatriz Perotti<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-beatriz perotti.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Sem Título</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/M-beatriz perotti - obra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Na base da inspiração de Beatriz Perotti está o encanto inexorável da natureza, que é onde a artista encontra acentuação no aspecto mágico do belo. O âmago de sua realidade naturalista reside nas profundezas da Terra. Tal realidade se tinge de reflexos como um misterioso amuleto. O seu naturalismo mágico e fantástico é sempre um naturalismo, um fiel e apaixonado amor pela Mãe-Terra.



A artista articula sua composição com rigorosa medida, não se colocando outro problema que o de fixar a imagem nos termos de uma verdade ambiental muita vezes esmagada, se não cancelada, pelo ritmo furioso do nosso viver cotidiano.



Trata-se de uma pintura densa e profunda, onde a idéia abstrata da matéria encontra um justo ponto de coágulo, além de um objetivo plausível. Força e dinamismo, impulsos de desafogo pictórico e grande sentido da cor constituem as percepções que sensibilizam a primeira observação das obras dessa artista expressionista.



Frente a sua obra, nossa fantasia se move quase caótica e nos transforma em co-autores de seu mundo, penetrando decididamente na paisagem subterrânea que ela criou em busca do centro da Terra. Sondando o poço da memória, Beatriz Perotti procura penetrar no seu próprio subconsciente.



Ela confia à riqueza da matéria e a suas invenções formais a tarefa de dar vida a um mundo de sonhos, de nostalgia, de sentimentos, mesmo se às vezes atenuados de certas cadências científicas.

Na obra Sem Título, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, sua pintura parece gravada sobre a rocha ou entre as diversas camadas de terra. Cuidadosa pesquisadora do momento sensitivo, do porquê e da razão contidos no que está por exprimir, cada conteúdo seu emerge e se exprime numa controlada partitura cromática.



A artista

Beatriz Perotti nasceu em São Paulo, em 1958. Formou-se em artes plásticas na FAAP, em São Paulo, em 1980. Fez curso de desenho com Carlos Fajardo (1982 e 1983), de pintura com Paulo Whitaker (1992/1994) e de história da arte com Rodrigo Naves (1996/1997). Em 1998 e 1999, freqüentou o curso "Arte em Movimento" do Sesc Pompéia e o de história da arte do Museu de Arte de São Paulo.

Realizou as seguintes mostras individuais: Itaú Galeria de Vitória, ES (1994); Funarte do Rio de Janeiro, RJ (1996); Galeria Sesc Paulista, São Paulo (1999); Centro Cultural da Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG (2001); e Escritório de Arte Ju Machado, Bauru, SP (2002).

Participou das seguintes exposições coletivas: III Salão Jovem de Arte Contemporânea, Santo André, SP (1980); União Cultural Brasil Estados Unidos, São Paulo (1984); Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Bragança Paulista, SP (1985); XVIII Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, SP; 50º Salão Paranaense MAC Curitiba, PR (1993); Projeto Macunaíma, Funarte, Rio de Janeiro, RJ (1995); Projeto "Arte na Universidade", Unicid, São Paulo; e "Novíssimos", IBEU, Rio de Janeiro, RJ (1999).

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp