CPI ouve presidente da Associação dos Médicos Residentes de São Paulo


29/09/2009 21:30

Compartilhar:

João Paulo Cechinel e Celso Giglio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2009/CPIMEDICINAJoaoPauloCechinel-PresAMERESPDepCelso Giglio02mmy.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2009/CPIMEDICINAGERAL03mmy.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) constituída com a finalidade de investigar a proliferação dos cursos de medicina, assim como os efeitos deste fenômeno sobre a qualidade dos serviços prestados, reuniu-se nesta terça-feira, 29/9, no plenário José Bonifácio, para ouvir o presidente da Associação dos Médicos Residentes de São Paulo (Ameresp), João Paulo Cechinel. O médico residente declarou que nos últimos 10 anos houve uma proliferação dos cursos de medicina, havendo atualmente 278 cursos da área no país, perdendo apenas para a Índia, cuja população é bem maior que a nossa.

Segundo presidente da Ameresp, há atualmente 278 cursos de medicina no país

Segundo o presidente da Associação dos Médicos Residentes de São Paulo (Ameresp), João Paulo Cechinel, formam-se cerca de 20 mil médicos por ano e há 18 mil vagas de residência em todo o país, sendo 45% concentradas no Estado de São Paulo. Um dos problemas citados por ele foi que boa parte dos formandos não fazem residência, que não é obrigatória, tornando-se clínicos. "Quem não faz residência superlota outras partes do sistema médico, como postos de unidade de atendimento básico e hospitais periféricos. Esses indivíduos terminam por não se especializar, deixando a sua formação precária. A maior parte dos cursos é em instituições privadas, cuja mensalidade supera R$ 3 mil, e muitas faculdades não têm hospital-escola. Aqueles que se formam em escolas privadas com frequência querem o retorno do seu investimento. Por conta disso, querem ingressar nas especialidades que dão mais rendimento, como dermatologia, radiologia e oftalmologia, que acabam por ter carência de vagas " na USP, por exemplo, há menos de doze vagas por ano em radiologia", explicou João Paulo.



Exigência de hospital-escola



O presidente da CPI, Celso Giglio (PSDB), sugeriu que lei recente exigindo que as novas faculdades de medicina tenham hospital-escola seja estendida às faculdades já existentes. O deputado José Augusto (PSDB) concordou com Celso Giglio com relação à exigência de as faculdades de medicina terem hospital-escola. Acrescentou que os cursos de medicina têm de ser melhores. "Que o estudante saia da faculdade sabendo pelo menos responder a algumas demandas. Nós tínhamos também de responsabilizar o hospital pela prática do médico que lá está trabalhando. Vamos responsabilizar ainda as faculdades; assim elas terão mais cuidado na formação dos profissionais", disse José Augusto.

João Paulo Cechinel propôs algumas ações para alterar o quadro atual dos cursos de medicina. Sugeriu uma avaliação continuada dos alunos, concordando com o deputado José Augusto, como adequação de vagas, fechamento das faculdades sem hospital-escola, e um plano de carreiras e salários adequando as vagas de residência à realidade social do país.

alesp