Enfrentamento ao Crack reúne-se com OAB/SP


26/10/2011 22:31

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Antonio Carlos Malheiros, desembargador do Tribunal de Justiça<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2011/CrackAntonioCarlosMalheiros.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Flávio Borges D"Urso, presidente da Seção São Paulo da OAB e deputado Donisete Braga<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2011/CrackDurso.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack (FPEC), presidida pelo deputado Donisete Braga (PT), esteve, nesta quarta-feira, 26/10, reunida com a Comissão de Estudos de Educação e Prevenção de Drogas e Afins da OAB/SP, na sede da instituição.

O depoimento do desembargador da Justiça do Trabalho, 5ª seção, Flávio Allegretti de Campos Cooper, sobre sua experiência pessoal no assunto, deu realidade às preocupações de juízes, advogados, parlamentares e policiais presentes, mas trouxe esperança de que a questão possa ser resolvida pela união coordenada entre todos: Poder Público, famílias e sociedade civil organizada.

Allegretti destacou a coincidência de estar presente à reunião: "Vim à OAB/SP participar de outro encontro, e parei aqui por acaso. Sou pai de uma jovem que, aos 16 anos, era usuária de cocaína e crack. Sei do sofrimento dos adolescentes, da família e também dos amigos que acompanham o drama. Tive que sair das atividades profissionais para acompanhá-la. Houve várias tentativas de suicídio dela por achar que não havia mais jeito. Revolta pelas internações. Tive que sair por uma janela e sentar-me com ela no telhado de onde queria se atirar, e convencê-la que ainda valia a pena continuar vivendo". O desembargador manifestou sua confiança de que outros possam se recuperar: "Esta é minha palavra de esperança, de alguém que estava no fundo do poço e pôde se recuperar. Vale a pena empenhar tantas energias nessa luta. Hoje ela tem 23 anos e não tem mais nenhum tipo de dependência. Teve alta até da terapia. Trabalha, é uma moça bonita, e não me dá nenhuma preocupação."



A Frente



Donisete Braga resumiu a questão das ações existentes para combater o crescimento do uso do crack no país: "Não entramos na guerra ainda", disse, referindo-se a afirmativas anteriores de que a guerra contra o crack soma várias derrotas e exige coragem e determinação da sociedade para se alcançar algum resultado positivo. "Concordo, temos que ter humildade neste tema". E informou: "O crack já está presente em todo o Estado". Através de um requerimento de informações de sua autoria, enviando a 76% dos municíos paulista, foi possível realizar um mapeamento do uso do crack no Estado. Segundo o levantamento, os dados são alarmantes: na região de Campinas e no entorno de outras cidades do mesmo porte, há crianças de nove e dez anos já dependentes da droga. "Nos municípios que têm entre 80 e 100 mil habitantes, o crack empata com o álcool nos índices de principal droga usada (38%)", citou.

Flávio Borges D"Urso, presidente da Seção São Paulo da OAB, e Cid Vieira, presidente da Comissão de Estudos de Educação e Prevenção de Drogas e Afins, colocaram a instituição à disposição para ações conjuntas no combate ao crack. Também participaram da reunião Antonio Carlos Malheiros, desembargador do Tribunal de Justiça; Francisco Mota, desembargador da Justiça do Trabalho, 5ª seção; Wagner Judice, diretor do Departamento de Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil, e os deputados Jooji Hato e Itamar Borges, ambos do PMDB.

alesp