Ato lança frente em defesa dos direitos das mulheres


20/06/2007 22:35

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A frente foi criada a partir da aprovação de projeto de resolução de autoria da deputada Ana Perugini (PT), com o objetivo de discutir a participação da mulher na sociedade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mulheres geral07.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ana Rosa, Ivete Garcia, deputada Ana Perugini e Sandra Fagundes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mulheres ana rosa.ivete.dep perugini.sandra02.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/mulheres geral03.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Mulheres de diferentes idades, cores e convicções e vindas de vários lugares da cidade e do Estado lotaram o auditório Franco Montoro, na Assembléia Legislativa, na tarde desta quarta-feira, 20/6, para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres.

A frente foi criada a partir da aprovação de projeto de resolução de autoria da deputada Ana Perugini (PT), com o objetivo de discutir a participação da mulher na sociedade. Com a realização de palestras, pesquisas e debates, a frente pretende enfrentar dificuldades históricas que impedem a participação e a interferência das mulheres como agentes sociais e políticos.

Além de Perugini e dos deputados petistas Rui Falcão e Vandelei Siraque, a mesa do evento foi composta por Sandra Fagundes, secretária de Cultura de Hortolândia, representando no ato o prefeito daquele município; Ivete Garcia, vice-prefeita de Santo André; Iara Paes; Mônica Marques, vereadora de Guarantã; representante do Sandra Mariano, do Fórum de Mulheres Negras do Estado de São Paulo; Ana Rosa Garcia, representante da Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT São Paulo; Rita Quadros, conselheira do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, representando o segmento de lésbicas; Elaine Sati, representante do Conselho Estadual da Condição Feminina; Sergio Barboza, coordenador do Pró Mulher, Família e Cidadania e Rede de Homens pela Eqüidade de Gêneros.

Novas relações

Referindo-se à grande representatividade da reunião, Ivete Garcia afirmou que essa mobilização é fruto da luta das mulheres brasileiras durante várias décadas e destacou que iniciativas como a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, "demonstram um olhar diferenciado do governo". Ela defendeu, ainda, que "as mulheres em cargos de poder precisam ter compromisso com a luta por novas relações em casa, no trabalho, na política".

Para Rui Falcão, a frente deverá atuar no sentido de "abrir espaço para que novos direitos se afirmem e se respeitem os direitos já conquistados", lembrando a proposta de inclusão de flexão de gênero no Regimento Interno da Assembléia Legislativa que se encontra em debate.

Já para o deputado Siraque, as questões de gênero fazem parte da defesa dos direitos fundamentais e é preciso levantar os números sobre a violência contra a mulher para instituir políticas publicas adequadas.

Ana Rosa defendeu que políticas públicas sejam voltadas para a mulher, já que, segundo ela, são as mulheres que diretamente se relacionam com os serviços públicos de saúde, educação, além de considerar as mudanças no perfil das famílias, em que as mulheres assumem não apenas a responsabilidade pelos serviços domésticos mas também pelo provimento da casa.

Eqüidade

Vários dos participantes saudaram o lançamento da frente como mais um espaço de organização que deve apontar para a igualdade, tendo a vereadora Mônica Marques considerado que mais que isso "precisamos de eqüidade, ou seja, dar mais para aqueles que sempre tiveram menos".

Sergio Barboza solidarizou-se com a iniciativa da frente e falou do desafio de sua entidade que "defende a igualdade de gênero atuando junto aos homens, que são muitas vezes autores de violência das mais diversas contra as mulheres". De acordo com Rita Quadros, as mulheres são "o motor da história mas falta visibilidade para as suas ações", concluindo que a frente terá papel importante para alterar essa situação.

Os participantes chamaram atenção para os 500 anos da exploração da mulher negra, que lavaram roupa para sustentar seus maridos, antes escravos e agora desempregados. Várias manifestações reforçaram a necessidade de organização das mulheres e a confiança de que, apesar de todas as dificuldades, vale a pena lutar pela igualdade.

Revolução

A participação da mulher na discussão da reforma política " um dos temas da 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que acontecerá em Brasília no mês de agosto " foi destacada por Sandra Mariano, que também lembrou do papel importante que a coordenadora da frente, Ana Perugini, na luta pela criação de uma secretaria estadual especial de políticas para as mulheres. Manifestando-se na seqüência, Elaine Sati convocou os presentes para a Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que acontecerá no mês de julho em São Paulo.

Como coordenadora da frente em defesa dos direitos das mulheres, a deputada Ana Perugini afirmou que pretende contagiar as mulheres com esse movimento pela justiça. "Queremos adentrar os pequenos municípios onde as mulheres sofrem, são oprimidas e não sabem sequer o que é isso. São vítimas de violência e ainda acreditam que são elas as culpadas. Enquanto não falarmos dessas desigualdades estaremos fazendo piada e não política", declarou.

Ana Perugini encerrou o ato conclamando todos os presentes a acompanharem as atividades da frente e realizarem uma "revolução estrutural nos nossos lares, na educação dos nossos filhos, no trabalho doméstico".

alesp