DA REDAÇÃO O racionamento de energia elétrica em 2001 prejudicou o crescimento econômico de São Paulo, mas não impediu avanços nos indicadores sociais de longevidade e educação. Essa foi a principal conclusão da nova edição do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), divulgado nesta quarta-feira, 15/12, na Assembléia Legislativa. Os dados sobre o IPRS de cada município estão disponíveis no site do Parlamento paulista (www.al.sp.gov.br). "Isso mostra que nosso problema é menos a falta de dinheiro do que de eficiência", avaliou Felícia Madeira, presidente da Fundação Seade, entidade que elaborou o IPRS e que o atualiza bienalmente, a pedido da Assembléia Legislativa. O índice combina dados sobre riqueza, educação e longevidade para fazer um raio-X de cada um dos 645 municípios paulistas, distribuindo-os em cinco grupos de acordo com a combinação desses fatores."É importante manter a atualização do IPRS, que se tornou um mecanismo de avaliação e controle para verificarmos se os recursos utilizados estão resultando em melhoria da vida da população", destacou o presidente da Assembléia Legislativa, Sidney Beraldo.A importância do IPRS, também foi destacada pelo 2º secretário da Assembléia, deputado José Caldini Crespo (PFL). "Esse indicador é a grande oportunidade que temos de diminuir as desigualdades sociais de forma criteriosa", disse.O anúncio da nova versão do índice foi feita durante reunião do Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, organismo permanente do Parlamento que discute a descentralização do crescimento econômico do Estado. Estavam presentes os deputados Arnaldo Jardim (PPS), Vaz de Lima, Vanderlei Macris e Edson Aparecido (PSDB).AvançosEm sua terceira edição, o IPRS 2004 (com dados de 2002) apontou em relação a 2000, no Estado, crescimento econômico comprimido pelos efeitos do racionamento de energia elétrica de 2001 e perda do poder de compra, com a renda média das famílias caindo de R$ 1.175 para R$ 1.082.Por outro lado, a taxa de mortalidade infantil diminuiu 9%, passando de 16,8 para 15,3 por mil nascidos vivos. Os indicadores de mortalidade perinatal e entre pessoas na faixa de 15 a 39 anos também revelaram queda.Dados de escolaridade também registram avanços. Cresceu o número de jovens que concluem o ensino fundamental (de 60,5% para 68,1%) e o ensino médio - embora este ainda esteja longe dos números ideais.Entre os municípios, Bernardino de Campos, Ibitinga e Tapiratiba deram grande salto, ao passar do grupo 5 (baixa riqueza e indicadores sociais insatisfatórios) para o grupo 3 (baixa riqueza e bons indicadores sociais). Outros 52 municípios que se encontram no grupo 3 estavam, em 2000, no grupo 4 (baixa riqueza e nível intermediário nos indicadores sociais).O grupo 1 (elevado nível de riqueza e bons indicadores sociais) é formado por 71 municípios, englobando as grandes cidades, como São Paulo, Campinas e São José dos Campos. As cidades com elevada riqueza e indicadores sociais ruins formam o grupo 2. Aí estão, por exemplo, cidade das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista.No ranking do IPRS, os três melhores municípios no indicador longevidade são Santa Salete, Mendonça e Aspásia (todos do grupo 3). Em escolaridade, as melhores taxas estão em São Caetano do Sul (que já ocupava o primeiro lugar em 2000), Adamantina e Auriflama. Os melhores municípios no indicador riqueza são Bertioga, São Sebastião, e Águas de São Pedro.