Recursos para Fatec e instalação de faculdade de medicina se destacam entre demandas Com a presença de dezenas de pessoas, principalmente, famílias do movimento agrário, a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) debateu nesta quinta-feira, 9/6, na Câmara de Bauru, o Orçamento estadual 2017. A reunião foi conduzida pelo deputado Pedro Tobias (PSDB), que elogiou a participação popular, uma vez que "o povo tem que se posicionar e reivindicar sempre". Também na mesa de trabalhos, Arildo de Lima Jr., presidente da Câmara de Bauru, e José Eduardo Amantini, prefeito de Itapuí. Amantini disse que a saída para o equilíbrio das finanças dos municípios é um novo pacto federativo. Após exibição de vídeo institucional, os participantes passaram a fazer sugestões de emendas ao projeto orçamentário. A construção do prédio do fórum de Bauru foi pedida pelo juiz João Parra, que lembrou que a segmentação das varas prejudica os cidadãos que se confundem com os endereços diversos. "Bauru merece um único local para suas audiências judiciais". Fatec de Bauru José Eugenio de Mira, professor da Fatec de Bauru, explicou que o Centro Paula Souza não tem orçamento fixo, assim pediu destinação de 3,3% da arrecadação do ICMS para a instituição. Além disso, solicitou aumento no valor do vale-refeição e dos salários, mais a inclusão dos funcionários do Paula Souza no atendimento do Iamspe. Vinicius Yoshino, do DCE da Fatec de Bauru, pediu o pagamento das bolsas-permanência, cujos valores estão contingenciados. Fernando Salvador, do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, reforçou a fala de Mira, lembrando que os funcionários do Paula Souza não têm qualquer benefício como aqueles dados a profissionais de outras universidades públicas. "Vou dar um exemplo, meu salário líquido é R$ 1000, enquanto esse valor é o que um funcionário da USP recebe apenas a título de vale-refeição". Funcionalismo e universidades Terezinha Imanishi, da Associação dos Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (Apampesp), apresentou as reivindicações para esse segmento: recomposição de direitos subtraídos em leis complementares, equiparar a escala de vencimentos entre ativos e inativos e contrapartida do Estado no custeio do Iamspe. A Associação de Docentes da Unesp (Adunesp) foi representada por Milton Prado Jr.,que informou que os funcionários da universidade estão em greve por aumento salarial. Lembrou que o percentual destinado às universidades está congelado há mais de 20 anos em 9,57%, assim pediu que essa destinação passe a ser de 11%. Carlos Ferreira dos Santos, da Faculdade de Odontologia da USP de Bauru, pediu a instalação de uma faculdade de medicina na cidade. "O campus de Bauru já conta com o Centrinho (que atende pacientes com anomalias crânio-faciais) e pode abrigar essa nova faculdade". José Eugenio, cidadão de Bauru, enfatizou o pedido de instalação da faculdade e ainda propôs a construção de ginásio poliesportivo na cidade. Idenilde Conceição, da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), solicitou reajuste salarial para a categoria, devolução pelo Estado de computadores e demais materiais retirados das escolas, cumprimento da meta 17 do Plano Nacional de Educação " que equipara salários de categorias que exigem nível universitário e ampliação do atendimento prestado pelo Iamspe. As propostas para a educação foram reforçadas por Marcus Vinicius Madastavicius. Assentamento e meio ambiente O movimento agrário foi defendido por Ricardo Rodrigues, do Movimento Frente Nacional de Luta. Segundo ele, cerca de mil famílias estão sob lonas aguardando assentamento rural. "Plantamos e não recebemos condições de escoar a produção, o que inviabiliza nossa sobrevivência". Ele lembrou que o Estado os desapropriou mas que eles não vão desocupar a área. Francisco Maia, secretário municipal da Agricultura de Bauru, propôs que o assentamento rural das centenas de famílias que se encontram à beira de rodovias seja prioridade no Orçamento. Ele ainda sugeriu a pavimentação da estrada rural Bauru-Piratininga e do trevo de Tibiriçá ao aeroporto. A secretária municipal de Meio Ambiente de Bauru, Lazara Gazzetta, quer a revitalização do Parque Vitória Régia, construção de parques lineares, instalação de um centro de atendimento e recuperação de animais silvestres, bem como de animais domésticos. Cidadãos e vereadores Muitos moradores de Bauru se manifestaram para apresentar pedidos em áreas diversas. Representante do Lar para Idosos Vila Vicentina, José Roberto Machado, pleiteou recursos para manter o funcionamento pleno do asilo. Major da PM Hudson Covolan sugeriu a instalação de câmeras de monitoramento em Bauru, de forma a melhorar a segurança na cidade. Conclusão de obras em via pública e revitalização da rodovia Elias Miguel Maluf, em Bauru, foi o pedido do cidadão Jesus Adriano dos Santos, presidente da Federação das Associações de Moradores de Bauru e região. Telma Gobbi, vice presidente da Câmara de Bauru, pediu casas populares (Casa Paulista) para a cidade. Já o Ailton da Cruz, presidente da Associação dos Feirantes de Bauru,solicitou incentivos para marketing das feiras e para escoamento da produção agrícola. Transformar o hospital Manoel de Abreu em hospital de atendimento específico para idosos é a sugestão do vereador Raul Paula. Desenvolvimento e cultura Giane Vaz, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico de Bauru, pleiteou melhoria do potencial do aeroporto regional, criação de parque tecnológico e reforma de 10 casas da comunidade Rafael Mauricio " patrimônio da cidade. A cultura foi defendida por Kyn Jr., diretor teatral de Bauru, que solicitou o aporte de recursos para o Proac Editais. Ele ressaltou que muitas oficinas de teatro foram fechadas na cidade e que Bauru tem perdido espaço na atenção dada pela Secretaria da Cultura, citando que o atual secretário estadual da pasta é nascido em Marília e tem privilegiado aquele município em detrimento dos projetos de Bauru. A plenária de votação elencou educação, saúde e cultura como as prioridades de Bauru e região. A próxima audiência pública da comissão acontece nesta sexta-feira, às 19h, na Câmara de Ribeirão Preto.