Ato solene virtual realizado na sexta-feira (21/5) reuniu representantes da Fundação Casa para manifestar sobre a diminuição dos valores dos benefícios trabalhistas concedidos pela entidade. O evento foi promovido pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL). Cláudia Maria de Jesus, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (SITSESP), explicou que o prejuízo aos direitos trabalhistas é resultado de uma modificação no regulamento interno da instituição. "Nós, socioeducadores, sentimos no bolso o impacto das medidas que a Fundação Casa implementa. São as nossas famílias que sofrem. Somos serviço essencial, afinal de contas, desde quando iniciou essa pandemia, temos trabalhado dentro da normalidade", disse. A servidora demonstrou indignação sobre a redução do pagamento do vale-refeição dos funcionários. "A Fundação Casa alterou o custeio do vale-refeição da categoria, e agora pretende deixar de pagar o benefício quando o servidor se ausentar do trabalho, quando entrar de férias ou licença maternidade. Quando o servidor se ausentar por qualquer motivo de saúde, o benefício será reduzido". Ela ainda contou que, no dia 29 de maio, os servidores da instituição poderão deflagrar uma greve em razão da redução dos valores dos benefícios e oneração dos salários. "Nós não vamos aceitar a retirada de direitos, precisamos de valorização, saúde e segurança", afirmou. Ricardo Lopes, líder dos servidores da Fundação Casa, considera abusivo o aumento no plano de saúde oferecido pela entidade. "Hoje em dia quem é conveniado e tem 3 ou 4 filhos, precisa escolher entre pagar o convênio médico e comprar a cesta básica", disse. Ele também incentivou os servidores a entrarem em greve caso a situação não seja revertida pela instituição até a próxima sexta-feira. "Na minha opinião, existem motivos de sobra para fazer uma greve", finalizou. Carlos Giannazi afirmou que exigirá do presidente da entidade e secretário de Justiça e Cidadania, Fernando José da Costa, e do Poder Executivo, que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. "É inadmissível cortar o auxílio à saúde e o vale-refeição. É um terrorismo psicológico que se faz, além dos salários defasados, a falta de evolução funcional, de progressão na carreira, assédio moral, perseguições políticas que existem dentro da Fundação Casa, das precárias condições de trabalho, da superlotação de muitas unidades e falta funcionários. O déficit é muito alto", ressaltou.