Alesp recebe V Fórum de Asma Grave

Com apoio da deputada Maria Lúcia Amary, o evento trouxe especialistas e mesas de discussão a respeito da doença
02/05/2023 18:07 | Saúde | Gustavo Oreb Martins - Foto: Larissa Navarro

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Fórum Asma Grave<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299763.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Fórum Asma Grave<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299764.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputada Maria Lúcia Amary<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg299765.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta terça-feira (2), o V Fórum de Asma Grave. A cerimônia foi realizada pela Casa Hunter e pela Asbag (Associação Brasileira de Asma Grave) com apoio da deputada Maria Lúcia Amary(PSDB), em virtude do Dia Mundial de Combate à Asma.

Ao longo do evento, foram realizadas mesas de discussão a respeito da asma. Na mesa de abertura, além da deputada Maria Lúcia Amary, estavam Raissa Cipriano, presidente da Asbag; e Antoine Daher, presidente da Casa Hunter, da Casa dos Raros e da Febrararas.

A deputada da Alesp iniciou o evento destacando a importância do fórum para a divulgação dos trabalhos que melhoram a condição de vida da população com asma grave e indicou que sua nova frente parlamentar dará apoio à causa. "Vamos trabalhar na Frente Parlamentar de Defesa às Pessoas com Doenças Raras para aprovar políticas públicas a fim de melhorar a qualidade de vida da população. Nós, políticos, temos o compromisso de buscar soluções cada vez melhores para todos", pontuou.

Já Daher alertou sobre a média de mortes de pessoas com asma grave por dia, assim como ressaltou a importância das organizações de apoio a essa população. "Há dez anos a Casa Hunter abraçou a causa dos pacientes com asma, que tinham dificuldade de acesso aos medicamentos adequados e médicos especializados. Nesta edição do fórum, devemos discutir como impedir que a média de cinco mortes diárias por asma continue, com novas medidas e tecnologias", disse.

Novas descobertas

Após a introdução do fórum, foram convocadas mesas de discussão a respeito do cenário da asma. A primeira tratava da evolução do meio nos últimos anos, seja a respeito das novas tecnologias, tratamentos ou novidades nos diagnósticos. Os convidados eram Janaína Melo, médica imunologista e diretora do Instituto de Alergia de Ribeirão Preto; José Roberto Megda, médico pneumologista; e Evelin Leal Freitas Dantas Gomes, fisioterapeuta e membro do comitê científico da ASBAG.

Janaína citou os dados de novas pesquisas sobre a proliferação da asma, bem como outras doenças respiratórias que vêm aumentando devido à poluição. "Quase 10% da população mundial possui asma, é uma doença crônica que, infelizmente, ainda possui caráter de atendimento emergencial na maioria dos casos. Além disso, a asma pode ser acompanhada por outras doenças como dermatite tópica, rinite alérgica e alergia alimentar. Temos que identificar os sintomas o mais rápido possível para ajudar a imunizar nossos pacientes", pontuou.

Em seguida, Evelin exemplificou como a fisioterapia pode ser utilizada a favor dos pacientes com asma. Segundo a especialista, o tratamento médico especializado unido aos métodos da fisioterapia permite a médio/longo prazo, que a respiração seja normalizada a fim de praticar atividades físicas normalmente.

Desafios

A próxima mesa foi convocada para expor alguns dos principais desafios que um asmático enfrenta em sua rotina. Os convidados foram Alexsandro Ramalho, asmático moderado e coordenador geral da Asbag; e Michelle Avelino, asmática grave aposentada.

Michelle relatou sua experiência nos primeiros anos com a doença e disse acreditar que o principal obstáculo para a vida do asmático melhorar é a falta de informação. "Meus primeiros sintomas, já aos 20 anos, eram muito graves. Conviver com asma grave é muito difícil, até por ser desacreditada. Já ouvi de muitos profissionais da saúde que eu estava mentindo, sendo que não conseguia fazer mais nenhuma atividade do meu dia sozinha, mal conseguia terminar uma frase. A falta de informação afeta muito a todos nós", completou.

Alexsandro contribuiu para este relato com sua experiência de vida: "Foi difícil ter o diagnóstico correto. Morava no interior do Paraná, onde havia poucos recursos e acesso à informação. Quando fui tardiamente diagnosticado, não consegui um tratamento correto até ser atendido em São Paulo", contou.

Acesso aos tratamentos

Na última mesa, a principal pauta foi o acesso dos pacientes a tratamentos eficazes. Os palestrantes foram os pneumologistas Angela Honda e Clístenes Ostir Soares Silva, além de Marcelo Nunes Cardoso, também pneumologista e coordenador do Laboratório de Asma Grave de Itapetininga.

Clístenes, que possui décadas de experiência na área, comparou os tratamentos antigos com as descobertas e tecnologias atuais. "Há 40 anos, tratar a asma era muito mais difícil. Muitas vezes, os pacientes desbloqueavam novos sintomas por conta dos medicamentos e não melhoravam em nada."

Por fim, alertou para que todos os pacientes de asma sejam tratados com a mesma atenção e cuidados. "Asma não grave também é grave, também mata e temos que tratar com competência, com médicos especializados, caso contrário, a doença pode se modificar e se agravar", concluiu

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