Comissões de Educação e Ciência recebem o reitor da USP na Alesp para prestar contas dos trabalhos

O responsável pela universidade fez uma apresentação geral da instituição e foi sabatinado pelos parlamentares
21/06/2023 18:19 | Comissões | Jaqueline Fervolli - Fotos: Carol Jacob

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Reunião das Comissões de Educação e Ciência<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2023/fg303943.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião das Comissões de Educação e Ciência<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2023/fg303944.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

As Comissões de Educação e Cultura e de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo receberam, na manhã desta quarta-feira (21), o Reitor da USP (Universidade de São Paulo), Carlos Gilberto Carlotti Junior, para explanar sobre o andamento da gestão e o desenvolvimento de ações, programas e metas, conforme prevê o Artigo 52-A da Constituição Estadual.

"A minha vinda aqui representa, além da prestação de contas para a Alesp, uma prestação de contas para sociedade", disse Carlotti Junior, que assumiu o cargo de reitor da USP há cerca de um ano e cinco meses. O mandato é de quatro anos.

O responsável pela instituição paulista de ensino ressaltou que ?excelência? é a palavra-chave na sua gestão, na busca de servir a sociedade. Ele ainda salientou o importante papel da USP, com cerca de 90 anos de história, de sempre estar alinhada à realidade contemporânea. "É importante que a Universidade perceba as mudanças sociais e atenda aos novos desejos da sociedade", disse.

Estiveram presentes na reunião conjunta os presidentes dos dois colegiados, Professora Bebel (PT) e Mauro Bragato (PSDB), além dos seguintes parlamentares membros: Dani Alonso (PL), Milton Leite (União), Leonardo Siqueira (Novo), Marta Costa (PSD), Beth Sahão (PT), e Carlos Giannazi (Psol).

USP

A Universidade Paulista mantém, atualmente, 5 mil docentes, cerca de 13 mil servidores técnicos administrativos e 90 mil alunos, sendo 60 mil estudantes de graduação e 30 mil de pós-graduação. São cerca de 9 mil alunos de graduação formados por ano. De acordo com a base de dados Web of Science, a USP ainda é responsável de 18,5% da produção científica no Brasil.

Enem USP

O reitor apresentou mudanças nos processos de ingresso à Universidade, como a criação do Enem USP, iniciativa para melhorar a entrada do aluno por do Exame Nacional do Ensino Médio. O método não utiliza o Sisu. "Fazendo esse modelo, nós aumentamos de 50% para 75% a entrada de alunos pelo Enem", destacou.

Sabatina

Após a explanação, o reitor foi sabatinado por mais de uma hora pelos parlamentares, que apresentaram questionamentos para melhoria na Universidade, como a questão da falta de professores. O reitor explicou que, depois de quase 10 anos sem novas admissões, foram incluídas cerca de 876 contratações dentro do orçamento, sendo metade em 2022 e 2023 e o restante para 2024 e 2025.

Orçamento

Com receita de cerca de R$ 8 bilhões por ano, a USP conta com repasse do Governo de R$ 7,2 bilhões. O deputado Leonardo Siqueira citou que, em práticas internacionais, as universidades públicas dependem financeiramente do governo em cerca de 85% na Espanha, 80% na França e 60% na Itália.

Ele ainda fez um comparativo relacionando o comprometimento da receita no Brasil com gasto com pessoal, afirmando que 84% das despesas são com folha de pagamento, quando em universidades internacionais, segundo ele, a média é de 60%. "As nossas universidades dependem muito do Governo e as nossas despesas estão muito atreladas à folha de pagamento", frisou ele, propondo mais receitas.

O reitor contrapôs, alertando que esse tipo de comparativo é arriscado, pois, dificilmente, em países internacionais, por exemplo, existem hospitais públicos que integram a folha de pagamento. "Não é tudo que a gente pode importar assim, porque tem problema de financiamento", argumentou.

Ele ainda explanou que os fundos de endowment (doação) da USP estão aquém do desejado, "talvez por uma questão cultural", mas o USP Diversa está indo bem. "Eu, como reitor, tomo muito cuidado, pois estou dirigindo a melhor universidade do país. Não posso errar", concluiu.


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