O secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, a dirigente da ONG "Minha Criança Trans", Thamirys Nunes, e o médico Alexandre Saadeh serão os primeiros convidados para prestar informações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alesp que investiga o tratamento hormonal, pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), para transição de gênero em crianças e adolescentes. Os convites, propostos pelo deputado Guilherme Cortez (PSOL) e pelas deputadas do PT Professora Bebel e Beth Sahão, foram aprovados pelo Colegiado em reunião realizada nesta quinta-feira (22). Um requerimento de Gil Diniz (PL) também foi validado pela CPI. Diniz, que é presidente da Comissão, quer respostas escritas da Secretaria de Saúde para quatro perguntas, como se a pasta já registrou procedimento de transição de gênero em pacientes menores de 18 anos de idade. Outros 33 itens que também constavam da pauta tiveram a discussão adiada, por causa de pedidos de vista. Em relação a isso, os parlamentares divergiram em suas opiniões. Tenente Coimbra (PL), relator da CPI, criticou os pedidos de vista dos partidos de oposição. Segundo ele, a estratégia dos deputados de esquerda "é protelar a CPI. Se quisessem debater não teriam pedido vista". Guilherme Cortez contra-argumentou, afirmando que a maioria dos pedidos (29) foi, na verdade, dos deputados da base, adiando os requerimentos propostos pela oposição que visavam trazer especialistas para "explicar [...] que não acontece nada que infrinja qualquer regra nesse ambulatório [da HCFMUSP]". A data de cada oitiva da CPI da Transição de Gênero será definida pelo presidente Diniz. O agendamento só deve ocorrer no segundo semestre, em virtude do recesso parlamentar, durante o mês de julho. "Nós combinamos que, a princípio, a CPI seria de 15 em 15 dias. Porém, vai ser difícil fazer quinzenalmente, porque são muitos requerimentos, muitas oitivas. Sem consenso prévio das deliberações, a gente vai ter que fazer mais de uma reunião por semana", ressaltou o deputado do PL.