A Assembleia Legislativa do Estado sediou, nesta terça-feira (20), o evento de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio, dos Serviços e dos Servidores Públicos. Coordenado pela Bancada Feminista (PSOL), o grupo irá trabalhar para proteger os serviços públicos de privatizações e lutar contra a reforma administrativa no Estado, assim como zelar pela qualidade da prestação desses serviços e defender prédios e funcionários públicos. "Essa Frente pretende reunir o funcionalismo público do Estado, município e país, para que possamos debater a onda de privatizações que o governador Tarcísio, já na campanha, prometeu fazer aqui em São Paulo. Isso é um desmonte de um patrimônio da população", afirmou a codeputada Sirlene Maciel, que comandou os trabalhos do evento. Ela ainda defendeu que as privatizações não são benéficas à população. Para ela, quando um serviço público é privatizado, esse serviço perde qualidade e fica mais caro. Além de Sirlene Maciel, a Mesa do evento foi composta pela presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa; presidente do Sindicato dos trabalhadores de Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), José Faggian; Eliana Nunes, membro da Diretoria-Executiva da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo); entre representantes de outras associações e sindicatos que defendem os serviços públicos. Além deles, os parlamentares Guilherme Cortez e Paula da Bancada Feminista compareceram ao encontro. Dois focos, um objetivo Dois dos principais focos de privatização no Estado de São Paulo, transporte sobre trilhos e Sabesp, estiveram representados no evento pelos principais sindicatos das categorias. O objetivo deles é o mesmo: lutar para que esse projeto não se concretize. Camilla Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, afirmou que a classe irá lutar não só contra futuras privatizações, planejadas pelo Governo Estadual, mas também para reverter as concessões das linhas 8 - diamante e 9 - esmeralda do trem paulista. "Com uma empresa privada sendo responsável pelo transporte público, ela vai pensar em garantir seu lucro e reduzir custos. É isso que a gente está vendo nas linhas 8 e 9. Teve uma redução absurda de custos de manutenção dos trens e trilhos e isso está causando uma série de acidentes, problemas e atrasos", declarou Camila. A presidente defendeu, ainda, a importância social e ambiental do transporte sobre trilhos, que, em uma cidade como São Paulo, tem o papel de garantir mobilidade à população e tirar carros de circulação, o que diminuiria a emissão de gases poluentes. Do outro lado, para o presidente do Sintaema, José Faggian, a Sabesp é um patrimônio do povo paulista, uma empresa saudável, que gera lucros ao Estado de São Paulo, e deve ser mantida como empresa pública. A Sabesp atende, atualmente, 375 municípios do Estado e cerca de 70% da população. "A gente cuida de um serviço essencial para a população. Existe um histórico no mundo que onde o serviço foi privatizado teve aumento nas tarifas e uma piora na qualidade do serviço, o que significa falta de abastecimento e até risco à saúde, como a volta de doenças de veiculação hídrica", disse o presidente do sindicato. Para Faggian, a privatização ainda impactaria a vida dos servidores da Sabesp, que poderiam sofrer demissões, perder qualidade das condições de trabalho, perda de direitos e de acordos coletivos. Além disso, o funcionário da Sabesp comentou sobre a recente pesquisa do Datafolha, que aponta que 53% da população não é favorável à privatização da empresa e, por isso, "não há argumento lógico ou razoável para justificar" esse projeto. Encaminhamentos Ao fim do evento, Sirlene Maciel anunciou que seu mandato seguirá compromissado com a luta contra as privatizações, contra a reforma administrativa no Estado, contra a mudança da sede do Governo e da Secretaria de Educação, contra a diminuição das verbas para Educação e pela abertura de concursos públicos, de reajustes salariais e realização de mesas de negociação. Além disso, a codeputada afirmou que irão, a partir dessa primeira reunião da Frente Parlamentar, redigir um manifesto do serviço público, realizar seminários sobre os problemas das privatizações, assim como entregar panfletos à população e organizar audiências nas regiões de São Paulo sobre o assunto.