A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, na tarde desta quinta-feira (29), o evento de lançamento da Frente Parlamentar de Proteção e Defesa dos Animais no Estado de São Paulo. Rafael Saraiva (União), requerente da reunião, é coordenador do bloco suprapartidário que reúne, além dele próprio, oito membros efetivos e mais 16 membros apoiadores. Frentes parlamentares são blocos compostos por deputados interessados na defesa conjunta de propostas e ideias de um assunto em comum. A organização desses blocos é realizada de modo independente às bancadas dos partidos. Além de Rafael Saraiva, compuseram a Mesa Diretora Carla Sassi, voluntária do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD); Dianel Carlos Martins, da Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo; Felipe Becari (União), deputado federal e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da Câmara dos Deputados; Raquel Facuri, cofundadora do Ampara Animal; e Nina Passadore, coordenadora do Instituto Eu Luto Pelos Animais. Pautas da Frente Para Saraiva, o lançamento da Frente "é muito importante, pois trazemos para a discussão os setores independentes [de proteção animal]. Dessa forma, podemos entender as demandas do Estado e levá-las ao governador". De acordo com o deputado, duas pautas se demonstram prioritárias para a causa. "Não temos uma campanha de castração animal e isso aumenta o número de animais em situação de rua", pontou o parlamentar. "Outra pauta que levantamos é a construção de hospitais veterinários regionais", destacou Rafael. Saraiva ponderou, ainda, que vai se empenhar pela aprovação do PL 423/23, que proíbe a destinação de recursos públicos estaduais às entidades promotoras de rodeios. "Animais são seres sencientes. Eles sentem amor, e também sentem dor. É uma briga que vamos enfrentar na legislatura. O animal não sofre por apenas oito segundos, trata-se de uma vida inteira treinando para sofrer", disse o parlamentar. Luta em conjunto Nina Passadore celebrou a iniciativa de Rafael Saraiva em coordenar a Frente na Alesp. Alegou, contudo, que a luta pelo direito dos animais deve ser integrada entre os mais variados entes da sociedade civil. "Ninguém faz nada sozinho. (...) Precisamos lutar sempre em conjunto. Todas as ideias precisam de um suporte", disse a coordenadora do Instituto ?Eu Luto Pelos Animais?. Segundo Felipe Becari, deputado federal presente na solenidade, o trabalho do bloco na Alesp - "construindo coisas e bases importantes" - pode motivar outros parlamentos pelo Brasil a se empenharem nas pautas relativas à causa animal. "Em Brasília, ninguém faz nada sozinho, como ela [Nina Passadore] falou. (...) Lá, as coisas são um pouco mais difíceis", pontou Becari. Voluntários da causa De acordo com Carla Sassi, representante do GRAD, o grupo de voluntários atua no Brasil "há mais de 10 anos" e acumulou, ao longo da década, expertise no amparo a animais em situação de vulnerabilidade. Carla destaca que os voluntários do GRAD são, muitas vezes, "pessoas que dedicam sua vida aos animais e não têm o devido reconhecimento". "Pedimos que o trabalho [da Frente] seja amplo e que essas pessoas [protetoras animais] sejam vistas com a dignidade que merecem", afirmou Sassi.