Com dois imóveis à disposição, Etec de Santa Cruz do Rio Pardo divide espaço com escola estadual

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23/08/2023 11:14 | Atividade Parlamentar | Da Assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Carlos Giannazi em Santa Cruz do Rio Pardo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2023/fg307470.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

No site do Centro Paula Souza, a página dedicada à Etec Orlando Quagliato ostenta a fotografia de um imponente prédio, cercado por palmeiras imperiais. Mas se trata de propaganda enganosa. O prédio histórico existe, sim, mas só chegou mesmo a abrigar a escola técnica entre 2000 e 2015, quando foi abandonado pelo Estado. Atualmente, a Etec não dispõe de sede urbana e desenvolve suas atividades em algumas salas cedidas pela Escola Estadual Sinharinha Camarinha, no mesmo município.

Essa não é a primeira vez que essa Etec "mora de favor". Desde que foi fundada em 1971, com o nome de Colégio Técnico Agrícola Estadual de Santa Cruz do Rio Pardo - foi só em 1993 que passou a integrar o Centro Paula Souza -, a escola esteve instalada por 29 anos no antigo colégio Companhia de Maria, instituição mantida por freiras espanholas. O interessante é que também esse imóvel, que hoje pertence à prefeitura, está disponível para o Centro Paula Souza. Só precisa de reforma.

A demanda por instalações adequadas foi apresentada a Carlos Giannazi (PSOL) no sábado, 19/8, ocasião em que o parlamentar, junto com a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), visitou a região e se reuniu com vários setores do magistério. "Professores e alunos estão passando por uma situação extremamente precarizada, o que está acontecendo também em outras regiões. Nós estamos acompanhando e apoiando a greve dos professores das Etecs e Fatecs, que estão em luta pela revisão da carreira, pelo fim da superlotação, e contra as terceirizações", disse o deputado.

Giannazi também comentou a falta de alternância no cargo de superintendente do Centro Paula Souza, uma vez que Laura Laganá está no cargo desde 2004, ou seja, há 19 anos. "Entra governo, sai governo, e ela continua. A impressão é que o centro está totalmente engessado, além de não receber do governo o investimento necessário", afirmou.

Grupo escolar

Construído pelo Estado em 1911, o prédio que pertence ao Estado sediou o primeiro grupo escolar no município (desde 1915), a extinta Delegacia Regional de Ensino (até 1999) e finalmente a Etec. O imóvel foi tombado em 2010 pelo pelo Condephaat (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), mas nem esse reconhecimento fez com que o governo realizasse a reforma estrutural necessária. A opção mais fácil foi simplesmente abandonar a edificação centenária. O Estado já foi condenado a reformar o imóvel em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Santa Cruz do Rio Pardo, mas recorreu da decisão, que está agora no TJ. O valor da obra está estimado em R$ 1,2 milhão.

Companhia de Maria

Em 1970, a prefeitura de Santa Cruz comprou o prédio do colégio Companhia de Maria, que no ano seguinte passou a abrigar a sede urbana do Colégio Técnico Agrícola. Depois de a Etec ter migrado para o prédio do grupo escolar, vazio desde 1999, com a extinção da delegacia de ensino, o imóvel da escola religiosa foi cedido por 20 anos para a Faculdade Santa Cruz do Rio Pardo, concessão essa que se encerrou em 2022. A obra necessária nesse imóvel é mais simples, porque não envolve estrutura. Há necessidade apenas de banheiros adaptados, instalação de elevador e reforma do telhado.


alesp