Audiência reforça importância da Linguagem Simples em toda comunicação oficial veiculada em SP

Em audiência pública na Alesp, que discutiu método mais objetivo de ensinar e orientar, a parlamentar Andrea Werner (PSB) afirmou que tornar as mensagens mais acessíveis democratiza de fato a informação
18/09/2023 20:07 | Clareza | Fábio Gallacci - Fotos: Larissa Navarro

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Audiência pública - Linguagem simples<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308994.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência pública - Linguagem simples<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308995.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ao centro, deputada Andrea Werner (PSB)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308996.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência pública - Linguagem simples<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308997.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Paula Ayub, do projeto Eu me Protejo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308998.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Laís Costa, doutora da Fiocruz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg309042.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Comunicação rima com inclusão. Mas, para isso acontecer na prática, é fundamental que a linguagem utilizada seja clara e objetiva. O maior número de pessoas precisa entender o que se diz. Esse foi o tema da Audiência Pública "Políticas para Pessoas com Deficiência: linguagem acessível e ensino sobre saúde sexual", realizada na sexta-feira (15), sob coordenação da deputada Andrea Werner (PSB). Agora, ela trabalha para que a Alesp encabece o trabalho de levar essa fórmula a todo tipo de comunicação oficial em São Paulo.

"A gente precisa discutir todos os tipos de acessibilidade e a linguagem simples é isso. A comunicação que vem do Estado e dos municípios precisa ser de fácil entendimento para todos. Queremos que isso comece, como um exemplo, a partir dos órgãos estaduais e passe a se multiplicar pelos municípios. Que sirva de modelo também para as instituições privadas", afirmou Andrea, durante o evento. "Isso é democratizar a comunicação. É traduzir tudo o que vem de documentação oficial para uma linguagem mais acessível, pensando que pessoas com deficiência intelectual vão ler aquilo e querer entender e também as pessoas que não têm tanto acesso à educação", acrescentou a parlamentar.

Acessível

A Linguagem Simples é uma técnica que reúne orientações sobre redação, estrutura, desenho e validação de textos, para tornar a informação acessível a pessoas com dificuldade de compreensão de leitura. Deixar a linguagem mais direta e simples pode ser o caminho para que pessoas com qualquer tipo de deficiência aprendam de forma mais adequada os conteúdos passados, mas isso também serve para que mais estudantes permaneçam nas escolas ou até que possíveis abusos sexuais contra a infância sejam identificados com mais rapidez.

Ou seja, o que foi pensando como um grande avanço para uma parcela da população brasileira se transformou em algo essencial para todos. A medida já despertou atenção internacional. Em julho, uma delegação brasileira esteve na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, apresentando o "Guia prático de Linguagem Simples: Simples Assim".

Simples não significa simplória

Importante ressaltar que a linguagem simples não é simplória ou pobre. Ela significa objetividade, assertividade. Ter uma comunicação limpa e clara não significa ter menos qualidade ou conteúdo.

Paula Ayub, representante do projeto "Eu me protejo", coletivo de voluntários que trabalha para a prevenção de violências sexuais contra crianças, foi uma das participantes da mesa. O grupo trabalha para que a linguagem simples chegue aos livros didáticos e facilite o aprendizado. "Quem sabe, em um breve futuro, tenhamos livros didáticos com a linguagem simples. Precisamos oferecer acessibilidade na comunicação. Todas as pessoas têm direito ao aprendizado. Se elas não aprendem, somos nós que estamos fazendo alguma coisa errada", disse ela. "Precisamos falar com acessibilidade e as pessoas precisam compreender o que estamos falando. Começamos pensando nas pessoas com deficiência e vimos que tudo pode melhorar para todo mundo", comentou, lembrando que a linguagem mais assertiva tem mostrado resultados na identificação de casos de abusos contra crianças.

Cidadania

Pesquisadora e doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Laís Silveira Costa também participou como convidada da audiência pública e apontou que discutir a ampliação do uso da linguagem simples é tratar sobre cidadania plena, principalmente para os estudantes com deficiência. Além disso, ela pode aproximar muitas pessoas que se sentem à margem, justamente por não terem tido a oportunidade de estudar. "Principalmente num país como o nosso, tão desigual, em que o sistema de Educação não consegue acessar os recursos suficientes para prover esse direito garantido pela Constituição", afirmou.

alesp