O Projeto de Lei 1501/2023 começou a ser discutido na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo nesta semana. A proposta do Executivo, que visa promover medidas de desestatização da Sabesp, repercutiu diretamente nos discursos dos parlamentares na Sessão Ordinária desta quinta-feira (9). O primeiro a se posicionar na tribuna foi Simão Pedro (PT). Contrário à aprovação, o deputado argumentou que a privatização do saneamento básico "não faz sentido", pois o serviço "é bom e gera lucros para o Estado". "O episódio provocado pela privatização da energia elétrica serve como um perfeito exemplo do porquê esse projeto não pode passar. Ainda há casas, postos de saúde e mercados que não tiveram a luz restabelecida, fruto da negligência da Enel em favor de lucro estrangeiro. Com a água, é ainda mais preocupante", disse. Em seguida, o deputado Reis (PT) comentou sobre o início das discussões do projeto na Alesp, mais especificamente, no Congresso de Comissões da Casa, realizado na última quarta (8). "Ontem iniciamos as discussões do projeto, apesar de que gostaríamos de colocá-lo em pauta somente após a audiência pública com a população. A maioria das pessoas, claramente, é contrária à desestatização desse serviço, que funciona plenamente. Não há como justificar o injustificável, e a aprovação de um documento como este seria inaceitável para esta Casa de Leis", protestou. Em consonância com os companheiros de partido, Luiz Claudio Marcolino (PT) manifestou-se contrário à lei. "Em outras privatizações ocorridas aqui, como o Banespa, a Eletropaulo e a Telesp, o discurso era o mesmo: melhorar a gestão, a abrangência, o atendimento e reduzir a taxa de juros. Entretanto, até hoje, há regiões do Estado onde a internet e a telefonia não chegam, por exemplo. Visto isso, farei todo o esforço para que essa medida não seja aprovada", argumentou. Falta de água Encerrando os pronunciamentos, Rodrigo Moraes (PL) chamou atenção para a falta de água no município de Itu. O deputado atribuiu a responsabilidade pela escassez ao trabalho da Companhia Ituana de Saneamento (CIS). "A autarquia já foi requisitada várias vezes a resolver o problema, mas se omite. Enquanto isso, vários bairros continuam cheios de famílias indignadas sem água na torneira. Ao invés de solucionar o que realmente importa, a Prefeitura investe em pastas desnecessárias", apontou.