Da Redação
O Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado, órgão da Assembléia Legislativa, de caráter permanente, criado em setembro de 2003, realiza reunião em Campinas, na segunda-feira, 20/10, das 9 às 13 horas, no Centro de Convivência Cultural - Teatro Interno, na Praça Imprensa fluminense, s/n -Cambuí.
O Fórum pretende reunir propostas de longo prazo para o crescimento econômico paulista, em cenário que prevê a superação dos problemas macroeconômicos atuais, e realizará audiências regionais para discutir as fragilidades de cada região administrativa e coletar informações específicas nas diversas áreas do Estado, que possam auxiliar no seu desenvolvimento.
Uma de suas primeiras atividades inclui a discussão do Plano Plurianual 2004/2007 e a do novo Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). Encomendado à Fundação Seade pela Assembléia Legislativa, o IPRS é um sistema de indicadores socioeconômicos referentes a cada município do Estado, que deverá servir como indicativo para a implementação de políticas públicas. O Fórum resulta de uma parceria da Assembléia Legislativa com a Fundação Prefeito Faria Lima/Cepam e o Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), da Unicamp.
Grande Campinas, enorme Campinas
Noventa municípios, 5,5 milhões de habitantes, 27.000 km2 de área, três universidades estaduais, núcleos de pesquisa e desenvolvimento, estradas, aeroportos, indústrias de base e de ponta. O exuberante desenvolvimento da Região Administrativa de Campinas tem raízes no município de Campinas, sede da região, que já no final do século XIX se destacava como o mais rico da província paulista, superando a capital em número de moradores. Hoje, Campinas tem cerca de 1 milhão de habitantes e, como o território que integra, vive numa base produtiva ampla de oportunidades, mas com desequilíbrios sociais e de natureza ambiental.
Diante de um crescente quadro de problemas, em que cidades médias passaram a conviver com obstáculos típicos de grandes centros urbanos, há três anos Campinas e os 18 municípios ao seu redor constituíram a mais nova região metropolitana do Estado, abrigando 2,3 milhões de habitantes e ocupando uma área de 3.348 km2. Campinas tem 43,7% do total de habitantes dessa região, enquanto que em locais como Holambra e Engenheiro Coelho vivem pouco menos de 10 mil pessoas. Na metropolitana, 30% dos municípios ainda descartam seus resíduos em lixões, e não em aterros sanitários.
A economia da Região Administrativa de Campinas é a mais dinâmica e diversificada de todo o interior paulista. Apesar da grande heterogeneidade entre seus municípios, ela apresenta um parque industrial que engloba indústrias sucroalcooleiras, alimentícias, têxteis, de papel e celulose, químicas, petroquímicas, metalúrgicas etc. E também se destaca pela estrutura agrícola, com a utilização de sementes de alta qualidade e mecanização. Grande parte das lavouras são ocupadas pelas culturas de cana-de-açúcar e laranja, com a presença também da criação de gado. Sobressaem ainda a fruticultura (uvas de Indaiatuba, por exemplo) e a floricultura e de plantas ornamentais (Atibaia, Holambra e Limeira).
O município de Campinas tornou-se um grande pólo de tecnologia graças aos núcleos de pesquisa e desenvolvimento que, por seu turno, são resultado da existência das três universidades estaduais localizadas na Região Administrativa: USP, com os campi de Piracicaba e Pirassununga, Unicamp e Unesp, em Rio Claro. Outras importantes instituições de ensino superior existentes na região são a Pontifícia Universidade Católica (Puccamp), a Metodista de Piracicaba (Unimep), a Salesianos de Americana e o Centro H. Ometto, de Araras. A condição do seu desenvolvimento tecnológico implicou em que, de 1995 até o primeiro semestre de 2000, a região recebesse quase US$ 1 bilhão em investimentos em telecomunicações, informática e microeletrônica. Por conseqüência, foram instaladas algumas das maiores montadoras internacionais de computadores, fábrica de celulares e equipamentos de telecomunicações nos municípios campineiros.
Em termos de IPRS, a complexidade e as dimensões caracterizam a Região Administrativa. O seu indicador de riqueza apresenta-se como dos mais elevados de todo o Estado, superado apenas pela Metropolitana de São Paulo. A situação social, no entanto, expressa heterogeneidade entre e internamente aos municípios que a compõem. As 90 localidades espalham-se pelos cinco agrupamentos que indicam os níveis de riqueza, longevidade e escolaridade. No 1, foram classificados 29 municípios; no 2, onze; o grupo 3 abriga 12 cidades. Os grupos 4 e 5, que comportam os locais em piores situações, envolvem 38 municípios. O indicador agregado de riqueza mostra que, tal como ocorreu no conjunto do Estado, a RAC cresceu entre 1992 e 1997, estabilizando-se no período recente. Mais: os indicadores associado à renda e ao consumo das famílias não apresentaram expansão e o salário médio do setor formal reduziu-se.
O indicador longevidade mostrou-se crescente e seu nível encontra-se pouco acima do conjunto do Estado. Exceção a 12 que registraram queda, e a quatro que se mantiveram estabilizados, todos os demais municípios da Região Administrativa de Campinas ampliaram seus escores de expectativa de vida. Houve, portanto, redução generalizada de todos os indicadores de mortalidade na região. No caso de escolaridade, 57 municípios não atingiram o escore médio do Estado, e quatro foram localizados nas últimas posições da escala. Numa apreciação geral, o levantamento da Fundação Seade considera que a evolução do indicador de escolaridade foi positiva para o conjunto da região. Municípios como Tuiuti, Lindóia e Corumbataí conseguiram ampliar em mais de 30% a parcela da população jovem com o ensino fundamental completo.
Mais informações sobre o Fórum e sobre o IPRS no site www.al.sp.gov.br - ícones IPRS e Fórum de Desenvolvimento.
Retornar
Agência: Assembléia Legislativa de SP