Audiência pública debate na Alesp queda da cobertura vacinal contra a Poliomielite

Tratando sobre questões de Saúde na infância, a palestra conscientizadora apresentou pesquisas e contou com a presença de profissionais do ramo
24/11/2023 18:53 | Audiência Pública | Larissa Gabriel Alvares, sob supervisão de Matheus Batista - Foto: Carol Jacob

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Audiência da cobertura vacinal contra Poliomielite<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314240.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência da cobertura vacinal contra Poliomielite<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314241.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência da cobertura vacinal contra Poliomielite<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314243.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa de São Paulo realizou, nesta quinta-feira (23), uma audiência pública sobre a diminuição da cobertura vacinal contra a paralisia infantil no Estado. A pedido da deputada Solange Freitas (União), o evento foi promovido em parceria com a Fundação Abrinq e serviu para fomentar questões de conscientização e campanhas necessárias para o desenvolvimento da Saúde Pública.

País já foi referência

A epidemiologista Karina Ribeiro trouxe pesquisas comparativas para contextualizar a importância e os benefícios que uma boa campanha vacinal pode trazer à sociedade.

Karina comenta como o país já foi uma referência na vacinação da poliomielite, mas a força do movimento acabou se perdendo com o passar tempo. "O Brasil garantia um programa amplo, grátis, com livre acesso, com boa aderência. Infelizmente a gente viu isso, nos últimos anos, não ter mais esse mesmo comportamento". Em 1994, o país recebeu o certificado de eliminação da pólio.

Ao buscar explicações que justifiquem os motivos de alguém recusar a aplicação das vacinas, a doutora dividiu-os em três categorias: do nicho do acesso, do nicho do conhecimento e sobre o medo do evento adverso. Como medidas para mitigar a desinformação popular, Karina ressaltou que parcerias são chaves para desenvolver áreas necessitadas, além disso, as iniciativas investigativas e educacionais também contribuem com esse processo.

Determinantes das quedas

Trazendo um aprofundamento para os fatores que impulsionam a diminuição das taxas de vacinação, Brigina Kemp, assessora técnica de vigilância em Saúde no Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), apresentou dados específicos para mensuração desses resultados. Segundo ela, é de suma importância "avaliar cobertura vacinal, mas além do indicador, quais são os determinantes das quedas da cobertura vacinal". A pesquisa se chama "ImunizaSUS" que faz parte de um convênio firmado entre o Conasems e o Ministério da Saúde, sendo executado pela Faculdade São Leopoldo Mandic.

Analisando e discorrendo sobre os tópicos, um dos principais problemas identificados foi o desafio na capilaridade em relação às informações e fazer com que a vacina chegue até as pessoas. Dentre as adversidades citadas, o armazenamento incorreto de vacinas, sobrecarga da equipe de Saúde e desinformação na mídia estão entre os destaques da pesquisa.

Brigina encerrou sua fala com uma reflexão sobre a importância das campanhas e a possibilidade do registro de casos de poliomielite. "Isso é como se fosse uma derrota para nós depois de tantos anos batalhando. Não podemos deixar nenhuma criança sem vacina", concluiu.

União das unidades de Saúde

A chefe do Departamento de Vigilância em Saúde da Capital, Ana Paula Valeiras, contou sobre suas experiências e os processos necessários para a realização efetiva das vacinações. Ana citou outras doenças que já foram eliminadas em diferentes épocas no Brasil, justamente pela atenção às vacinas, como o sarampo. Com o aparecimento de novos casos de sarampo em 2018, em Santos, a profissional reiterou o estado de alerta atrelando os fatos. "A cobertura vacinal do município estava baixa". A união das unidades de Saúde entre municípios também foi citada como um ponto crucial de bem-estar coletivo.

Ana Paula trouxe dados sobre a cobertura vacinal específica da prefeitura de Santos, assim como o modo que esses dados são coletados e armazenados para fins comparativos.

Apoiadores

A Fundação Abrinq atua há mais de 30 anos na defesa e garantia de direitos de crianças e adolescentes do Brasil. Coletando dados e implementando programas e projetos sobre o cenário da infância e adolescência, a defesa de direitos é um de seus principais objetivos.


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