A Assembleia Legislativa de São Paulo foi palco, na noite desta segunda-feira (30), do 1º Fórum de TV Aberta Brasileira. O evento, realizado no Plenário Dom Pedro I, discutiu o futuro do meio de comunicação no país e foi idealizado pelo jornalista James Ackel. Antonio Zimmerle, executivo e diretor de programação, defendeu a regionalização da programação da TV Aberta. "Não tenho dúvida nenhuma que a regionalização é o futuro da televisão aberta", disse. Ele reforçou a importância do fomento à economia e cultura locais num país tão grande e diverso. "Não adianta eu fazer novela pensando no eixo Rio-São Paulo", argumentou. O jornalista Reinaldo Gottino destacou a credibilidade do jornalismo na televisão. "Aconteceu um fato de repercussão nacional ou internacional, as pessoas correm para a televisão". "Eu sou bem pessimista com relação a isso", falou Alberto Luchetti Neto sobre o futuro da TV. Ele apresentou sua percepção analisando a fragilização do jornalismo impresso e no rádio nos últimos anos. "Vai acontecer com a televisão aberta", afirmou. Monica Pimentel, vice-presidente de conteúdo da Warner Bros Discovery, discorreu sobre o fortalecimento do jornalismo na TV durante a pandemia, que alcançou massivamente a população num momento em que era fundamental informar em tempo real. "Acho que o papel do jornalismo é um dos grandes alicerces da [TV] aberta para o futuro". Audiência Uma das pautas do evento foi a queda de popularidade dos programas, especialmente as novelas, que viveram auge de audiência no país no passado recente. Atualmente, canais priorizam reprises dos grandes clássicos ao invés do investimento em novas histórias. "Não tem mais autor?", questionou James Ackel. Etarismo A falta de personagens para profissionais com mais de 50 anos de idade também foi alvo do debate. Marcos Montenegro, empresário e produtor de teatro, abordou em seu discurso as grandes damas do teatro, a história das novelas que possuíam 70% do elenco com idade acima dos 50 anos. "Assim foi construída a história da televisão brasileira", disse, reivindicando a valorizações desses profissionais. Homenagem Aos 89 anos, Nilton Travesso, diretor e produtor de TV, foi homenageado e aplaudido de pé por todos os presentes. "Setenta anos de televisão nunca me cansaram." Emocionado, ele acrescentou: "Ser lembrado é uma coisa muito bonita e mexe com seu coração". O jornalista James Ackel agradeceu a todos os presentes, ao diretor de Comunicação, Matheus Perez Granato, e ao presidente da Alesp, André do Prado, pela abertura das portas do Legislativo para a realização do evento.