Introdução à Ciência Política poderá fazer parte da grade curricular

Guilherme Rodrigo de Nazareth (Partido da Educação) mora em Mirassol e tem 15 anos. O jovem, que pretende ser advogado, apresentou o PL 27 para criar a disciplina de Introdução à Ciência Política no ensino fundamental e médio de todas as escolas de São Paulo. O autor destacou que a idéia surgiu porque os jovens têm perdido o interesse na política diante de fatos relacionados à falta de ética e à corrupção. "É preciso conscientizar politicamente os jovens para que eles, no futuro, possam escolher melhor os seus representantes."

Guilherme foi incentivado a participar do Parlamento Jovem pela própria escola, que promoveu uma eleição para escolher seu representante no evento, além de dez vereadores mirins. Guilherme ainda não participa de ações na comunidade, mas pretende dar o passo inicial na próxima terça-feira, 28/11, quando visitará a câmara de sua cidade para apresentar um requerimento de interesse social.

Incentivo à leitura

Giovana Torres da Silva (Partido da Educação) é de Lençóis Paulista e tem 14 anos. Sua professora de História foi quem sugeriu a participação no Parlamento Jovem. Para se inspirar na elaboração de um projeto de lei, Giovana leu propostas apresentadas na edição de 2003 do PJ. Ela é autora do PL 26, que propõe a valorização da leitura e da cultura pelos alunos em todo o Estado. "Hoje, os jovens acessam a internet e entregam trabalhos impressos, sem nem ao menos ler o que pesquisaram. Isso não é aprender."

A garota, que deseja estudar Artes Cênicas, ainda não participa de atividades voltadas à comunidade. Porém, declarou que vai começar a orientar os amigos sobre a política, mostrando que é um assunto interessante.

Centros de ação social na rede de ensino

Mariana Matheus (Partido da Educação) tem 14 anos e veio de Praia Grande. Ela sempre se interessou pelas questões sociais e sua diretora pedagógica, Tânia Marques, disse que a jovem deveria participar do PJ. Mariana apresentou o PL 34, que propõe a instituição de centros de ação social na rede pública de ensino. Segundo a jovem, a educação recebida dos pais e as dificuldades que encontrou na sua própria vida foram os subsídios para a elaboração do projeto. Mariana deve seguir a carreira de física da medicina. "Uma atividade ainda pouco conhecida, mas muito importante, pois trabalha na pesquisa de equipamentos e tratamentos de saúde", afirma a jovem, que desenvolve ações sociais na Igreja do Evangelho Quadrangular.

Encerramento

A deputada Célia Leão (PSDB) encerrou os trabalhos do Parlamento Jovem 2006. Idealizadora do Parlamento Jovem em 1999, junto com o ex-deputado César Calegari, Célia afirmou que o projeto não foi criado para angariar votos, mas para trazer cidadania e dignidade à sociedade paulista, permitindo aos jovens deputados que apresentem propostas para a comunidade. "Vamos avaliar os projetos para aproveitá-los ao máximo", assegurou.

Célia Leão conversou com os parlamentares jovens sobre as diferenças sociais e como minimizá-las. Segundo a deputada, "definir segmentos como minorias são conceitos preestabelecidos, ou seja, preconceitos que podem ser banidos a partir da iniciativa de todos cidadãos".

Ao final, a deputada chamou a coordenadora do evento, Sonia Hernandez, e a homenageou em nome de todos os funcionários do Legislativo que colaboraram para a realização da 8ª edição do Parlamento Jovem.