Comitê em defesa do Vale do Ribeira quer impedir instalação de usina hidrelétrica


24/08/2007 20:51

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Vale do Ribeira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/VALE RIBEIRA MAU_0030.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Raul Marcelo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/VALE RIBEIRA Dep Raul Marcelo MAU.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lançamento do Comitê em Defesa do Vale do Ribeira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/VALE RIBEIRA  GERALMAU_0075.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Por iniciativa do deputado Raul Marcelo (PSOL), foi lançado nesta sexta-feira, 24/8, o Comitê em Defesa do Vale do Ribeira, que tem como uma de suas prioridades impedir a instalação da usina hidroelétrica de Tijuco Alto, cuja barragem está prevista para ser elevada entre os municípios de Adrianópolis (PR) e Ribeira (SP).

Desde 1987, a população da região " composta inclusive por índios guarani, caiçaras, quilombolas e ribeirinhos " vem conseguindo impedir que a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa do grupo Votorantim, avance no projeto de construção da usina.

Segundo Raul Marcelo, a construção da barragem só traria prejuízos para a população local. "Com a chegada de trabalhadores de outras regiões, haverá a expulsão de pequenos agricultores e das tribos indígenas. Também haverá diminuição no volume de água do Ribeira do Iguape, sem falar no alagamento da região pela represa.

O deputado afirmou que "o único benefício seria a geração de 1,5 mil empregos durante as obras, número que cairia para apenas 70 quando a hidrelétrica entrasse em operação". Raul Marcelo ressalvou que mesmo essa aparente vantagem não seria revertida à comunidade local, já que os trabalhadores especializados seriam trazidos de outras cidades. "Ou seja, a comunidade local só tem a perder", afirmou Marcelo.

O Vale do Ribeira foi declarado patrimônio natural da humanidade pela Unesco, em 1999, já que o local é o maior remanescente da Mata Atlântica na região sudeste do Brasil. Por isso, o parlamentar do PSOL propôs o Projeto de Lei 394/2007, que declara o Ribeira de Iguape patrimônio histórico, cultural e ambiental. O projeto foi aprovado pelo Plenário, porém o governador José Serra o vetou.

Criticando a inércia do governo fereral quanto à preservação do Ribeira do Iguape, Raul Marcelo assegurou que o governo estadual poderia atuar de forma independente na elaboração de uma legislação que preserve a região, uma vez que o tema é de competência concorrente entre União e Estados. O geólogo Antônio Theodorovicz, entretanto, acredita que a atuação do comitê deveria se dar em âmbito federal, já que a área que seria mais prejudicada com a barragem pertence ao Paraná.

Plano de metas

Durante a reunião que lançou o comitê, ficou estabelecido um plano de metas para dar andamento aos trabalhos. O comitê terá duas frentes, uma no Vale do Ribeira, já atuante, e outra na capital paulista, que buscará dar maior abrangência às suas ações através de divulgação na mídia e de abaixo-assinados, panfletos e cartazes explicativos distribuídos principalmente em faculdades. Será criado também um site próprio e uma comunidade no site de relacionamento Orkut.

Estiveram presentes ao evento representantes de municípios do Vale do Ribeira, de ONGs, ativistas e especialistas. A reunião contou com a participação do deputado Vicente Cândido (PT), que prestou total apoio à causa.

alesp