Assembléia quer incluir fontes alternativas na matriz energética do Estado de São Paulo

O primeiro seminário, nesta segunda-feira, 1º/10, vai tratar do uso de resíduos da indústria canavieira
28/09/2007 19:41

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Legislativo paulista quer regulamentar tecnologias que permitam incinerar lixo para geração de energia limpa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Seminario - aterro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/CARTAZ CANA.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Além de ampliar o uso do bagaço de cana-de-açúcar como fonte de energia, o Legislativo paulista quer regulamentar tecnologias que permitam incinerar lixo para geração de energia limpa. A geração de energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar e do lixo será tema de dois seminários na Assembléia Legislativa de São Paulo no mês de outubro, em parceria com as Secretarias Estaduais de Saneamento e Energia e de Meio Ambiente e apoio da Fiesp e da Associação Paulista de Cogeração de Energia, Cogen. O objetivo do Legislativo paulista é incorporar fontes alternativas e limpas de geração e co-geração na matriz energética do Estado de São Paulo.

No primeiro seminário, nesta segunda-feira, 1º/10, o tema será a co-geração a partir da queima do bagaço da cana, onde especialistas irão debater e mostrar as saídas para uma possível escassez de energia hidrelétrica. O potencial das usinas de álcool é muito grande e se bem aproveitado pode trazer benefícios para toda a sociedade. A grande maioria das usinas não tem um setor específico para esse trabalho, no qual a usina, além de abastecer suas instalações, pode comercializar o excedente. A grande diferença é que a energia produzida nas usinas é limpa, gera menos carbono e contribui, e muito, com a prevservação do meio ambiente. Em todo o país, 229 usinas geram energia a partir do bagaço de cana. Segundo a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), cerca de US$ 16 bilhões devem ser investidos nos próximos seis anos na construção de quase 90 usinas de açúcar e álcool. Boa parte dessas novas usinas deve também atuar na produção de bioeletricidade, acrescentando um novo nicho a seus negócios. O setor pode chegar a 8 mil MW de potência instalada, alcançando perto de 10% da potência instalada do Brasil. Essa energia ganha relevância no momento também pela sua complementaridade com o sistema hídrico. O período de safra da cana, entre abril e novembro, coincide com o período mais seco do ano, ou seja, quando os reservatórios começam a ter sua capacidade reduzida.

Tecnologia alemã abastece pequenas cidades com energia do lixo

Outro tema importante, sobretudo diante do quadro de aquecimento global, é a queima do lixo, transformando resíduos em energia elétrica. Um dos grandes problemas que atingem o meio ambiente e a saúde pública, são os aterros a céu aberto. A queima desse material a altas temperaturas em ambiente fechado, além de evitar a contaminação dos lençóis freáticos e eliminar riscos à saúde pública, é uma fonte importante e limpa de geração de energia.

Este será o tema do seminário do dia 17/10, que será realizado na Fiesp, com a participação de uma missão de dirigentes do Estado da Baviera, na Alemanha, empresários e especialistas do setor que irão compartilhar suas experiências e conhecimento sobre essa tecnologia. Entre os exemplos estão cidades de até um milhão de habitantes em que é possível abastecer os prédios públicos e a iluminação urbana com queima do lixo. O alemão Wolfgang Scholz, diretor do Departamento de Gestão de Resíduos, Proteção do Solo e Áreas Contaminadas do Ministério do Meio Ambiente, Saúde Pública e Proteção do Consumidor do Estado da Baviera, na Alemanha, será um dos palestrantes.

Além de Wolfgang Scholz, outros representantes internacionais já confirmaram presença: Ruben De Paula, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Kogenergy International " USA, Joacir S. Lameu, diretor comercial da Kogenergy do Brasil S.A, Bernard Bourée, diretor comercial de Operações Internacionais da CNIM " Constructions Indutrielles de La Mediterranée, França, Ekkehart Gartner, vice-presidente Sênior de Projetos da Martin GmbH, Alemanha, e S. A. Ridley, vice-presidente da R da SNC - Lavalin, Canadá.

Na Europa, os alemães dominam essa tecnologia, mas também estão bem adiantadas as experiências no Japão e nos Estados Unidos. Os ingleses já discutem a construção de prédios com até 100% de energia limpa.

Tendência

A utilização de fontes de energia limpa, mais do que uma tendência mundial, poderá se tornar lei em vários países. O governo britânico, por exemplo, pretende tornar obrigatório o uso de sistemas geradores de energia limpa, como turbinas eólicas e painéis solares, em milhares de novos edifícios. A secretária de Habitação inglesa, Yvette Cooper, está decidida a obrigar os imóveis a reduzir as emissões de CO2 usando fontes de energia renovável. A medida, publicada no vespertino londrino "Evening Standard", faz parte do projeto do primeiro-ministro trabalhista, Gordon Brown, segundo o qual todas as novas moradias sejam neutras em emissões de carbono até 2016.

O governo inglês pretende que todas as prefeituras estabeleçam objetivos de energia limpa de cumprimento obrigatório pelas construtoras. Em alguns casos, os novos imóveis terão de obter toda a eletricidade necessária de fontes renováveis, enquanto em outros se fixará um mínimo de 50%. Mais de 150 prefeituras adotaram até agora um texto legislativo de 2003 que obriga todos os novos edifícios comerciais a terem pelo menos 10% de suas necessidades energéticas supridas por uma fonte ecológica.

VEJA A PROGRAMAÇÃO

Programação do dia 01/10 " Plenário Franco Montoro

- 8h30 às 9h - Credenciamento e café da manhã

- 9h às 9h30 - Abertura do seminário

Mesa - Vaz de Lima, presidente da Assembléia Legislativa,

Dilma Seli Pena, secretária de Saneamento e Energia do Estado, Francisco Graziano, secretário de Meio Ambiente do Estado

Palestras - 9h30 - A importância da cogeração a partir da biomassa na matriz energética brasileira

Jean Cesare Negri, coordenador de energia da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo

10h - Aspectos econômicos no uso do bagaço de cana na cogeração de energia

Sergio Goldbaum, assessor da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo

10h30 - A comercialização de energia e a conexão elétrica na co-geração do bagaço de cana

João Carlos de Mello, presidente da Andrade & Canellas Consultoria e Engenharia

11h - Aspectos legais, regulatórios e tributários na co-geração do bagaço de cana

Comissário do Grupo Técnico e Concessões da

CSPE - Comissão de Serviços Públicos de Energia

11h30 - Debates

12h30 às 14h30 - Intervalo para almoço



Palestras no período da tarde

14h30 - Aspectos tecnológicos e operacionais de empreendimentos para co-geração a partir do bagaço de cana

Celso Procknor, diretor da Procknor Engenharia Onório Kitayama, consultor da Única - União dos Produtores de Cana de Açúcar

15h15 - Aspectos ambientais integrados da co-geração a partir do bagaço de cana

Oswaldo Lucon, assessor técnico do gabinete da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

Ana Cristina Pasini, diretora do DAIA da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

16h - Potencialidades & Entraves & Oportunidades

Miroel Woloswki- Presidente da Associação Paulista de Cogeração e Energia-Cogen

Marcos Jank " Presidente da União da Indústria de cana de açúcar - Unica

16h30 - Debates

17h30 " Encerramento

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