Presidente da Bancoop vincula desequilíbrio financeiro a controvérsias judiciais


14/09/2010 18:25

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Wagner de Castro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/CPI BANCOOP 14SET10 Marco (2).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Wagner de Castro, presidente em exercício da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/CPI BANCOOP 14SET10 Marco (3).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Wagner de Castro e Samuel Moreira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/CPI BANCOOP 14SET10 Marco.JPG' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> CPI da Bancoop<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/CPI BANCOOP 14SET10 Marco (4).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Regime de autofinanciamento impede a tomada de empréstimos no mercado para concluir empreendimentos



O presidente em exercício da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), Wagner de Castro, prestou depoimento nesta terça-feira, 14/9, na CPI que investiga supostas irregularidades e fraudes praticadas contra mutuários da cooperativa. Castro abordou a situação financeira da instituição e as medidas que estão sendo adotadas para solucionar os problemas de cooperados que se sentem prejudicados por cobranças de rateios extras ou pela paralisação de alguns empreendimentos.

Segundo Castro, desde 2005 a Bancoop vem realizando cobranças dos cooperados para cobrir custos incorridos nos empreendimentos, recalculados por auditoria realizada pela atual gestão. Ele disse que naquele ano foi feito um rearranjo da administração da cooperativa e uma apuração das contas de cada empreendimento. Desde então, foi realizado o rateio dos custos entre cooperados e começou-se a cobrar deles os valores adicionais, previstos em contrato. No mesmo período, a Bancoop decidiu não dar continuidade a empreendimentos considerados economicamente inviáveis.



Atual gestão da Bancoop rescindiu contratos com empresas de ex-diretores



Existem atualmente duas situações entre os cooperados da Bancoop: aqueles que questionam o rateio relativo aos custos finais das obras já concluídas e aqueles que fazem parte de empreendimentos não concluídos e que precisam de reforço de caixa para ter prosseguimento.

O presidente da Bancoop, Wagner de Castro, justifica que as controvérsias judiciais comprometeram o fluxo de caixa da cooperativa, que em razão disso não consegue finalizar os nove empreendimentos ainda inconclusos. Como o regime de cooperativa baseia-se no autofinanciamento, a Bancoop não pode tomar empréstimos no mercado para concluir esses empreendimentos.

O deputado Ricardo Montoro (PSDB) perguntou se existe a possibilidade de a Bancoop cumprir suas obrigações junto aos cooperados. Wagner de Castro disse acreditar que a saída para o impasse está próxima. Segundo ele, estão em curso negociações entre a cooperativa e os cooperados para solucionar os diferentes casos.

A cooperativa propõe um acordo com os cooperados para que seja feita uma redução dos ativos e passivos em até 50%. A Bancoop precisa negociar com seus credores, com fornecedores e nas ações trabalhistas. Quanto aos empreendimentos ainda em construção, a proposta é a transferência destes para construtoras particulares, a serem escolhidas pelos cooperados. Castro acrescentou que para viabilizar essas transferências, a Bancoop reduzirá em 50% a base de cálculo da taxa de desligamento, prevista em contrato, bem como fará a redução de 50% dos saldos referentes ao crédito solidário.

Em resposta a questionamento feito pelo deputado Bruno Covas (PSDB) sobre a situação financeira da instituição, Castro informou que a Bancoop tem atualmente R$ 108 milhões em ativos, sendo R$ 80 milhões em recebíveis. A superação das controvérsias judiciais facilitariam o restabelecimento do equilíbrio financeiro da cooperativa, que tem dívida de cerca de R$ 40 milhões com o Sindicato dos Bancários, além de outras obrigações com cooperados e fornecedores.

O deputado Samuel Moreira (PSDB), presidente da CPI, perguntou qual é a receita atual da Bancoop. Castro disse que os ingressos mensais totalizam aproximadamente R$ 400 mil e que as despesas chegam a R$ 300, considerados os gastos com folha de pagamento, operações administrativas, manutenção e segurança de canteiros de obras.

Os deputados Bruno Covas e Ricardo Montoro perguntaram se Castro tinha ciência de que havia empresas contratadas pela Bancoop das quais figuravam como sócios antigos diretores da cooperativa. O presidente esclareceu que a gestão da atual diretoria, que assumiu em 2005, promoveu mudanças nos critérios de contratação de prestadoras de serviços, com novas exigências para a qualificação, que resultaram no desligamento das antigas contratadas.

O presidente da CPI também quis saber se a nova diretoria apurou responsabilidades por irregularidades praticadas pela gestão anterior. Wagner de Castro afirmou que existem ações judiciais contra as empresas Germany e Mizu e o ex-diretor Tomás Edson Botelho Fraga.

alesp