PT divulga relatório paralelo sobre o acidente do Metrô

A bancada do PT divulgou nesta quarta-feira, 14/3, um relatório paralelo sobre o desabamento na estação Pinheiros da linha 4 do Metrô, com o objetivo de fazer um contraponto ao relatório aprovado na terça-feira pela comissão de representação instalada pela Assembléia para acompanhar as investigações das causas do acidente.
O PT se retirou da composição da comissão de representação por entender que os trabalhos não perseguiriam o objetivo principal de investigar os fatos, por conta da "obstrução promovida pelo grupo de parlamentares da base governista".
Para elaborar seu relatório " que será enviado ao Ministério Público estadual, ao Ministério Público federal e à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal ", os deputados petistas se basearam em documentos como o edital de licitação, o contrato firmado entre o Metrô e o Consórcio Via Amarela e seus aditivos, as fichas de não-conformidade expedidas pela fiscalização do Metrô, as atas das reuniões de construção e os pareceres do Tribunal de Contas do Estado, além de informações trazidas pelo Sindicato dos Metroviários.
Em entrevista coletiva à imprensa organizada pela bancada petista, Sebastião Arcanjo, presidente da Comissão de Serviços e Obras Públicas, lembrou que a licitação e os acidentes ocorridos na linha 4 já eram tema de um pedido de CPI protocolado pelo deputado José Zico Prado em 2005, o que comprova que "o PT vinha acompanhando as irregularidades desde o princípio". Para Arcanjo, o acidente na estação Pinheiros foi uma "tragédia anunciada", resultado da prevaricação da diretoria do Metrô.
O líder petista Simão Pedro apontou, inclusive, a responsabilidade criminal dos diretores do Metrô e do consórcio, que será apurada pelo Minitério Público estadual a cargo do promotor José Carlos Blat. "Já havia ocorrido o afundamento de várias casas e a morte de um operário, mas o Metrô lavou as mãos e disse que o problema era do consórcio", afirmou.
Os petistas entendem que a troca do sistema de escavação Shield pelo NATM foi uma fraude à licitação. "O edital é a lei da licitação e não pode ser alterado", explicou Mário Reali, que apontou, além da flexibilização de exigências como a adoção do método Shield, a alteração na composição dos consórcios vencedores e o oferecimento de descontos após a abertura dos envelopes.
Para os petistas, todo processo culmina com a concessão de exploração da linha 4 pela iniciativa privada, que se tornou possível com a vigência da Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Esta será a linha mais rentável do Metrô, por isso a pressa para que fique pronta ainda em 2008", afirmou Simão Pedro.
Quanto ao desabamento da estação Pinheiros, que seria construída obrigatoriamente em NATM, o deputado Adriano Diogo afirmou que o uso do mesmo método nos túneis de via pode ter contribuído para a perda de resistência do maciço, já que requer uma explosão a cada 80 centímetros de túnel. "NATM é um nome bonito para dizer que a escavação será feita com bombas e uma retroescavadeira".
Simão Pedro complementou a exposição de Adriano Diogo explicando que, em média, um metro de túnel escavado com shield custa US$ 13 mil, contra US$ 8 no método NATM. "A questão aqui não é preço. A prioridade deve ser segurança", explicou o líder do PT, lembrando que o túnel passará, inclusive, sob o leito do rio Pinheiros.
Quanto ao não-comparecimento à comissão de representação do geólogo aposentado do Metrô Kenzo Hori, cujo parecer serviu de base às denúncias do PT, Adriano Diogo explicou: "Falei pessoalmente com Kenzo e ele me disse que quem deveria depor na comissão era seu sucessor, o geólogo Hugo Rocha. Mas Hugo foi proibido de comparecer pela diretoria do Metrô".
Os petistas lamentam ainda a escolha do IPT para apurar as causas do acidente, uma vez que o instituto está sujeito a pressões do governo do Estado. "Deveria ter sido escolhida uma empresa com absoluta isenção", afirmou Simão Pedro, advertindo que, passados mais de dois meses do acidente, o Consórcio Via Amarela ainda não permitiu a entrada dos técnicos do IPT no local do desastre.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Greve dos servidores públicos da Saúde no estado pauta 130ª Sessão Ordinária da Alesp; assista
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações