Para que possamos ter uma noção real da crise que se coloca para o nosso país é necessário que façamos uma reflexão sobre as notícias que nos são colocadas diariamente através da imprensa. Uma série de dados positivos tanto no que se refere à área econômica e à própria geração de empregos, dão mostras de que a crise por que atravessa o nosso país não é tão ruim como muitos querem fazer parecer.

Não quero aqui minimizar problemas. Ninguém é mais afetado pela crise política que se coloca senão o PT, fato que dói a todos nós, cerca de 850 mil filiados. Porém, também não posso aceitar que se dê a ela as proporções que não lhe são devidas, nos fazendo esquecer, por exemplo, de casos como o dos grampos telefônicos no BNDES, em 1999, que resultaram nas demissões de figuras ligadas diretamente ao presidente FHC, como o então Ministro das Comunicações Luís Carlos Mendonça de Barros. Nem da violação do painel de votação do Senado, que provocou o pedido de renúncia de ACM, assim como a desvalorização do real apenas 12 dias após a posse da reeleição de FHC, que, inclusive, venceu as eleições prometendo estabilidade da moeda. E quem não se lembra do apagão em 2001?

A luta do PT, histórica e incessante, pela ética na política civilizou o país e teve tanto êxito, que hoje devora parte do nosso próprio partido. As marcas que esta crise deixa no PT são muito fortes, no entanto, o partido ainda tem papel importante a cumprir na política brasileira.

Durante o governo Lula a economia alcançou importantes avanços. A inflação medida nos oito primeiros meses de 2005 é a menor da história do país e o salário-mínimo, apesar de ainda não ser ideal, é o maior dos últimos 20 anos. Nos primeiros quatro meses de 2005, foram gerados 127 mil empregos/mês, enquanto de 2000 a 2002 a média mensal foi de oito mil. A redução de impostos para diversos produtos já baixou os preços do arroz, feijão, farinha, ovos, dez mil medicamentos etc. Assim, também ouso aqui encerrar com a última frase do mesmo artigo que citei acima. É inquestionável o papel social da imprensa. Mas é inquestionável também que a mesma tem tido muito pouco cuidado na separação ente o joio e o trigo.

*Deputado Estadual Hamilton Pereira (PT)

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