O equilíbrio entre projeto e destino nas esculturas de Annamaria Cappanari



A arte ocidental sempre se defrontou com o problema do espaço, ou melhor, do horror vacui, o medo do vazio. As vanguardas agarraram o problema e o debateram, entretanto suas realizações práticas " as obras " estavam abaixo (ou além) da importância filosófica do conceito. Lao Tzu, num certo sentido, afirma que a realidade de uma sala não é o invólucro dos muros, mas o seu volume de vazio.
Na obra escultórica de Annamaria Cappanari, as linhas arredondadas e suaves de seus feixes de aço se opõem às linhas estruturais da própria escultura. A artista enfrenta e confronta igualmente tanto o mármore quanto o aço inoxidável. O contraste dos materiais e das massas cria a dinâmica das esculturas.
O pleno difunde. O vazio atrai e concentra as passagens entre exterior e interior, que se tornam charme e volúpia. No coração de mármore, o espaço semifechado, subtraído dos olhares e do resto do espaço, cria mistério e atração. Trata-se de fundamento próprio do charme do mármore.
O aço é o material sobre o qual Annamaria Cappanari experimentou durante muito tempo. O seu canto é, às vezes, ambíguo e alusivo, feito de traços significativos, de áreas neutras e de luzes instáveis. Vale dizer que grandes superfícies, caracterizadas por uma insólita e sugestiva sucessão de campos operativos, côncavos e convexos, formam uma composição equilibrada dos elementos usados.
O rigor do procedimento operativo dessa escultora corresponde, como não poderia deixar de ser, à sua índole meditativa e severa, que consentiu a essa escultora, refinada e culta, dirigir-se decisiva na direção de novos desenvolvimentos das relações entre projeto e destino, entre positivo e negativo.
Nas obras Entrosamento, em aço inox, e Transpasse, em granito e mármore, doadas ao Museu da Escultura ao Ar Livre, a escultora soube utilizar "a luz" com habilidade e sensibilidade para criar efeitos particulares de ressonâncias internas.
A Artista
Annamaria Cappanari nasceu em Gênova, Itália, em 1930. Acompanhando a família, transferiu-se para o Brasil, fixando residência em São Paulo, onde faleceu em 2005. Desde muito jovem interessou-se pelas artes em geral. Mais tarde estudou escultura com o professor Kurt Spribille e freqüentou durante três anos um curso no ateliê de Nicolas Vlavianos. Especializou-se no trabalho do aço inoxidável, do mármore e da fundição em bronze e em outros materiais.
Realizou inúmeras viagens de estudo a diversos países da Europa, freqüentando museus e visitando ateliês de conhecidos escultores. Foi membro da Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP), organismo filiado à Unesco.
Desde 1977, tem participado de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se entre elas: Galeria Documenta, São Paulo (1977); Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP; 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, Penápolis, SP; "Panorama da Escultora e do Objeto", Museu de Arte Moderna de São Paulo (1978); Clube dos Artistas de São Paulo; Paço de Artes de São Paulo (1979); Galeria Fernando de Noronha; 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, Penápolis, SP (1980); Panorama da Escultura, Museu de Arte Moderna de São Paulo (1981); "Um Século de Escultura no Brasil", Museu de Arte Moderna de São Paulo; Chapel Art Show, São Paulo (1982, 1983, 1984, 1985); Galeria Arte Aplicada; Galeria Babelidus; 1º Mostra de Arte Sindicato Ano Zero, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo (1983); Studio Compasso D"Oro, São Paulo; "A Escultura ao Alcance de Todos", São Paulo (1986, 1988, 1992 e 1993); "Expo Brasil"Itália"; "Mármores", Galeria de Arte Aplicada, São Paulo; Espaço Cultural Chap Chap; "Tendência e Singularidade", Museu de Arte Contemporânea de Campinas (1987); "Combinação de Elementos", Galeria André; I Enfeitarte, São Paulo (1989); Galeria de Arte P.J. Lavin; IV Feira de Antiguidades e Artes Plásticas, Clube Hebraica, São Paulo (1990); Arte ao Vivo, São Paulo (1991); II Salão de Artes do Jornal das Artes; "Século XXI " Idade do Metal"; Galpão das Artes, são Paulo (1996); Anca"s 97, Espaço Cultural Vila Madalena, SP; Brazilian Art in Washington, Estados Unidos (1997).
Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no Exterior, bem como no Museu da Escultura ao Ar Livre e Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
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