Há algum tempo Helen Gibbs procede a uma espécie de pesquisa "espacial" sobre o tema das máquinas que dão vida às nossas "astrais" inquietações de homens, muitas vezes, poluídos pela modernidade. Possivelmente, seu discurso será, mais tarde, desviado em direção de outras soluções e outras formas da imagem plástica que a artista demonstra elaborar com absoluta habilidade.



Em direção a uma poética abstração da pureza formal, a escultora opera no âmbito da arte processual e tende a representar e analisar as leis elementares da energia de matérias, evidenciando seu peso e suas relações entre si. Os materiais utilizados indicam uma tensão latente, seja na espessura, na capacidade de organização entre si e de conformidade com uma relação das estruturas.



A pesquisa de Helen Gibbs se exprime com absoluta coerência graças à seriedade e ao rigor que transformou a própria pesquisa em poesia de extrema clareza, ponto central de seu "metier" de escultora. O problema do tempo e do espaço, na sucessão rítmica dos planos e dos materiais é simplificado pela linguagem da artista que cria com sensibilidade as pausas de uma linha de ordenação de desenvolvimento do tema.



O fato exprime de maneira perfeita o caráter reservado e a serenidade da autora, ao fundir em suas esculturas geométricas um amplo respiro, que sugere sentimentos de alegria, de nostalgia e de dor, para apostar numa emoção constante suscitada pela beleza da criação.



A obra "Geometria II", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, demonstra o quanto Helen Gibbs consegue em suas esculturas introduzir de equilíbrio entre estética e tecnologia.



A Artista



Helen Gibbs, pseudônimo artístico de Helen Montealegre Gibbs, nasceu em Manágua (Nicarágua) e desde muito cedo se interessou pelas artes em geral. A partir 1977 se dedicou a estudos de pintura, desenho e escultura. Desde 1981 passou a residir no Brasil onde estudou técnicas de esculturas com o professor Eduardo Esteves e realilzou o Curso Livre de Escultura da Fundação Armando Álvares Penteado com o professor Rafael Castilho. Frequentou o atelier de Lucila Veneri iniciando assim suas atividades em São Paulo. No campo da pintura foi aluna do professor Rodrigues Coelho.



Realizou sua primeira exposição no Centro Cultural de Manágua, Nicarágua, em 1994. Participou ainda das seguintes mostras: Lucia Dantas Espaço de Arte, SP (1995); Espaço Chapel School, SP (1996); Sociedade Amigos da Arte de São Paulo (1996, 1997, 2002 e 2004); II Salão da Primavera, Guarulhos, SP; Salão Cambuquirense de Artes Plásticas, MG, (1997); C & C Art Gallery, Monte Carlo (Mônaco); I Biennale Internazionale di Arte Contemporanea, Trevi (Itália); Artists' Museum, Washington D.C. (EUA); Galeria de Arte Mali Villas Bõas, SP (1998); Museu de Arte Moderna, Salvador, BA (1999); "Remate de Arte Latinoamericano", Memorial da América Latina, SP; "Salão do Ano 2000", Espaço Cultural V Centenário da Assembléia Legislativa do Estado, SP; Clube de Campo de São Paulo (2003 e 2004); Clube Paineiras do Morumbi, SP (2004).



Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais em Monte Carlo, Itália; Estados Unidos, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.