Concurso Camélia da Liberdade 2009: últimos dias para entrega das redações


Escolas da rede pública e privada e cursinhos pré-vestibulares do Estado de São Paulo têm até o dia 11/9 para postar as redações de sua unidade ao concurso Camélia da Liberdade 2009. O tema deste ano é: Cem anos de Solano Trindade, o poeta do povo.
Para se inscrever, basta que o aluno interessado tome a iniciativa de procurar a secretaria da própria escola. Caso sua unidade ainda não esteja inscrita, deverá efetivar seu cadastro no portal www.portalceap.org do Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (Ceap). A escola realiza um concurso interno e envia as 10 melhores redações, via correios, para o Ceap, até o dia 11/9. Tais redações serão analisadas pela Cesgranrio, que indicará as três finalistas do concurso etapa São Paulo até o fim do mês.
Promovido pelo Ceap, em parceria com o SOS Racismo, da Assembleia Legislativa, o concurso de redação tem por finalidade, além do estímulo à leitura e à escrita, a consolidação da Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história da áfrica e cultura afro-brasileira.
Em 2007, o primeiro concurso realizado em São Paulo classificou a seguintes escolas: 1º Natália Regini Gabriel " EE Dr. Ginez Carmona Martinez " Rinópolis; 2º Renato dos Santos Sassone " EMEFM Prof. Deruille Allegretti " bairro de Santana; e 3º Jefferson Cristiano de Souza " EE Prof. Hiroshi Shirassu Shiruca " Presidente Venceslau.
Para o secretário-executivo do Ceap, Ivanir dos Santos, o concurso de redação Camélia da Liberdade busca sensibilizar professores, alunos e gestores públicos da educação, para a implementação da Lei 10.639 e, ao mesmo tempo, combater a intolerância religiosa causada pela ignorância. "A África doou ao mundo, assim como à comunidade negra brasileira, personalidades muito importantes, como Solano Trindade".
Na segunda quinzena de setembro serão divulgados os nomes dos premiados, oportunidade em que também será anunciada a entrega dos prêmios e em um evento com a presença de alunos, educadores e autoridades de ensino.
O concurso
O Camélia da Liberdade 2009 é realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Seu principal objetivo é promover o debate com a sociedade sobre as desigualdades enfrentadas por 79 milhões de negros que vivem no Brasil. São homens, mulheres e crianças que formam a segunda maior população negra do mundo.
Também é meta do concurso alavancar novas políticas públicas para dirimir as diferenças, entender a história e disseminar o conhecimento por meio da execução da Lei Federal 10.639/2003, que institui nos currículos escolares os temas referentes à história da áfrica e da cultura afro-brasileira.
Patrocinado pela Petrobras, o projeto conta no Estado do Rio com o apoio da Secretaria de Estado da Educação, do Sindicato dos Professores do Rio e Região (SinproRio), da Fundação Cesgranrio, do canal Futura, da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj).
Em São Paulo, Ceap e o SOS Racismo se unem para realizar este projeto, que conta com os seguintes parceiros: Sindicato dos Professores da Rede de Ensino do Estado de São Paulo (Apeoesp), Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro), Movimento Negro Unificado (MNU-SP), Casa das Áfricas, Coletivo dos Empresários e Empreendedores Afro-brasileiros (Ceabra).
Premiação
Para a redação que obtiver o primeiro lugar, a escola participante ganha um laboratório com 10 computadores e o aluno ganha um microcomputador e uma impressora multifuncional jato de tinta. O professor responsável pela aplicação do concurso na escola classificada em primeiro lugar receberá uma filmadora. O aluno classificado em segundo lugar receberá um microcomputador e uma impressora jato de tinta. O terceiro colocado ganhará um microcomputador e uma webcam.
Todas as escolas inscritas receberão um kit de apoio aos professores e alunos contendo folders, um exemplar do caderno intitulado Solano Trindade o poeta das artes do povo, um DVD intitulado Cultura negra, resistência e identidade" e um exemplar da revista A cor do Brasil. Para a inscrição das escolas, o edital do concurso poderá ser encontrado, no site www.portalceap.org. Mais informações: 0800-773-3886 e (11) 3886-6145.
Solano Trindade
Poeta da resistência negra por excelência, pintor, teatrólogo, cineasta, funcionário público, colaborador na imprensa, ator, folclorista, Solano Trindade foi o que melhor contribuiu para a história das artes brasileiras. Nascido em 24 de julho de 1908, Recife (PE), filho pai sapateiro e mãe operária e quituteira, desde criança acompanhava as danças de pastoril e bumba-meu-boi da região. É a partir dessas manifestações culturais que nasce e desenvolve seu gosto pelas artes.
Estudou desenho no Liceu de Artes e Ofício e partir de 1930 começou a compor poemas afro-brasileiros. Sua obra ficou para a eternidade. "Há nesses versos uma força natural e uma voz individual, rica e ardente, que se confunde com a voz coletiva", descreveu Carlos Drummond de Andrade sobre Solano Trindade.
Em 1934 participou do I e II Congresso Afro-Brasileiro realizados em Recife e Salvador. Dois anos mais tarde, fundou a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-brasileiro, com o objetivo de divulgar os intelectuais e artistas negros.
Em 1940 transferiu-se para Belo Horizonte. Depois foi para o Rio Grande do Sul onde fundou, com o poeta Balduíno de Oliveira, um grupo de arte popular. Voltou ao Recife, mas por pouco tempo. Mudou-se para o Rio de Janeiro e fez sucesso com seus discursos no Café Vermelhinho para jovens poetas e intelectuais, artistas de teatro, políticos e jornalistas.
Em 1944, lançou o livro Poemas de uma Vida Simples. Por causa do poema Tem Gente com Fome foi preso e teve o livro apreendido. Em 1945 fundou o Comitê Democrático Afro-Brasileiro com os amigos Raimundo Souza Dantas, Aladir Custódio e Corsino de Brito.
Em 1954, já em São Paulo, criou um pólo de cultura e tradições afro-americanas em Embu e, em seguida, o Teatro Popular Brasileiro (TPB), espaço voltado à intensa atividade cultural, folclórica e de denúncia do racismo. Em 1955 viajou para a Europa com o TPB, onde apresentou espetáculos de canto e dança.
No teatro, foi Solano Trindade quem primeiro encenou a peça Orfeu, de Vinícius de Morais, em 1956, depois adaptada ao cinema pelo francês Marcel Cammus. Como ator, trabalhou nos filmes Agulha no Palheiro, Mistérios da Ilha de Vênus e Santo Milagroso.
Em 1958 editou Seis tempos de poesia; em 1961, Cantares ao meu povo. Em 1975, seu poema Tem Gente com Fome foi musicado pelo grupo Secos & Molhados. A música foi proibida pela censura. Posteriormente, em 1980, Ney Matogrosso grava-o em seu álbum Seu Tipo.
Lutador e grande defensor da liberdade, Solano resgatou a cultura negra no país. Faleceu em 19 de fevereiro de 1974, aos 66 anos, no Rio de Janeiro. Mas ele mesmo chegou a afirmar: "Me tornei cantiga determinadamente e nunca terei tempo para morrer".
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