Aborte esta idéia

A primeira coisa que passa na cabeça de uma menina que acabou de descobrir que está grávida é: "Não! Minha mãe vai me matar". Depois de chorar, se descabelar e contar para a melhor amiga, a garota resolve dar a notícia ao namorado, que, primeiramente, questionará se é o pai da criança e só depois cairá na real. Quando os dois decidem que o melhor para a vida de ambos é não ter a criança, chegando ao consultório ilegal de um médico "ou não", uma voz soa dentro do ventre da futura mãe: "Não! Minha mãe vai me matar!".
Quanta lástima há nesta situação. Todos os dias, dezenas de vidas são tiradas a partir deste ato. Não importa se a menina é pobre ou rica, estudou ou não em boa escola, a cena descrita é unânime entre as adolescentes. A dúvida, porém, de tirar ou não um bebê, muito tem a ver com este tipo de formação.
A menina humilde fica com medo de ser discriminada pela sociedade por estar colocando mais uma criança sem ter o que comer no mundo e a hipótese de não ter esse filho fica muito latente em seu pensamento. A menina rica fica com medo de ser discriminada pela sociedade por não ter usado os métodos contraceptivos extremamente comuns hoje em dia, e fica muito latente em seu pensamento a idéia de esconder da mãe e do namorado, o tempo que conseguir, que está grávida, até resolver o que fazer.
Que pensamento e atitude estão corretos? Todos e nenhum, quem sou eu para julgar; só estou expondo a minha opinião. Mas, de acordo com a lei, correto seria pensar antes de ter um filho, já que a Constituição Federal assegura o direito ao planejamento familiar, pela Lei N° 9.263, de 1996. Correto é defender a vida, depois que ela foi concebida, independente de formação religiosa, financeira ou familiar. Embora, acredito, por ter formação religiosa católica, que o fato de não termos uma religião presente em nosso coração nos torna mais frios, e nos tira o poder de reflexão sobre a importância da vida. Aborto é crime hediondo, estabelecido pelo código penal brasileiro.
Por achar que se trata de uma prática abusiva de poder, diante de uma vida que não consegue se defender, sou contra a banalização do aborto. Este ato não pode ser considerado apenas um direito da mãe, pois a concessão desse direito implica a supressão do direito do filho de vir ao mundo.
É um clichê, mas sabemos que para toda ação existe uma reação. As pessoas devem ser responsáveis pelo que fazem, e a gravidez não tem porque ser uma exceção. Se fosse certo matar um filho para consertar um erro, então também seria justificável matar um credor para se livrar da dívida. Sabemos que não é assim que as coisas funcionam.
Acho que o aborto poderia ser permitido, se a mãe assim o desejar, em caso de estupro ou gravidez de risco, previsto no Código Penal art. 128, que autoriza o aborto nestes casos, ou bebês acéfalos, mediante autorização judicial. Permitir a prática do aborto em outros casos, que não os citados, exime de todos a responsabilidade de trazer um filho ao mundo. Mesmo que esta responsabilidade já esteja em nossas mãos, quando optamos ou não por nos precaver, sem termos que matar alguém.
Reflitam.
* Orlando Morando é deputado estadual pelo PSDB
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