Presidente da Funai e especialistas discutem na Assembléia a questão indígena
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Realizou-se na quarta-feira, 27/4, na Assembléia Legislativa, como parte das discussões sobre a questão indígena realizadas durante a Semana Orlando Villas Bôas, o Seminário Cultura e Integração. O evento, mediado pelo médico do Ambulatório do Índio da Escola Paulista de Medicina, Manuel Lafer, contou com a participação de Mércio Pereira Gomes " presidente da Funai, antropólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) " e dos jornalistas Washington Novaes e Ulisses Capozoli.
Washington Novaes, também documentarista e consultor de meio ambiente da TV Cultura, falou sobre a dívida do Brasil para com os irmãos Villas Bôas, principalmente Orlando, que o influenciou na decisão de documentar a cultura indígena. Novaes narrou uma experiência que fez durante as filmagens de um documentário na Amazônia: "Quando encostamos o barco às margens do rio, expliquei ao chefe da aldeia nosso objetivo e pedi permissão para que a equipe filmasse o local. Ele respondeu que tinha de perguntar aos membros da tribo o que eles queriam. Fiquei impressionado com a gentileza da comunidade e com o formato de decisões adotado por ela".
Para o jornalista, a sociedade indígena aponta na direção da utopia sonhada por todos, ou seja, "uma sociedade em que não há delegação de poder, ninguém manda e nem obedece, e ninguém se apropria do saber para transformá-lo em poder". Novaes se disse preocupado com o alto índice de doenças e suicídios entre os índios, afirmando que os que saem de suas aldeias para conviver com os brancos perdem a própria identidade, transformado-se em alcoólatras e loucos, além de desenvolverem diabetes e hipertensão. Citou ainda frase deixada por índio que se matou: "Eu não tenho lugar".
Desculpando-se por não vislumbrar soluções para o problema indígena, o jornalista declarou que "essa questão precisa ser encarada pela sociedade brasileira, mas eu não tenho respostas, e acho difícil que alguém as tenha".
Grande dilema
Mércio Gomes, presidente da Funai, fez um breve relato do extermínio de índios ao longo dos séculos e da gradativa transformação da sociedade brasileira no sentido de restituir a eles terras e resgatar seu legado. "O marechal Rondon, o antropólogo Darcy Ribeiro e o indianista Orlando Villas Bôas foram grandes figuras, que, em 1950, quando se previa a total extinção dos índios, idealizaram o Parque Xingu, criado 11 anos depois.
Para ele, a determinação destes homens garantiu a sobrevivência de mais de 14 etnias " em 1954 havia cerca de 120 mil índios no país e hoje há 440 mil. Gomes afirmou que 12% do território nacional pertence atualmente aos índios, ou seja, 0,21% da população ocupa 12% da terra. "Os índios são a raiz do nosso caráter", disse o presidente da Funai. "Somos fascinados por eles, assim como eles são fascinados por nós".
Para Gomes, "o desafio é como o índio pode manter sua cultura e, ao mesmo tempo, conviver com o branco, desfrutando dos benefícios da cultura branca sem destruir a sua". De acordo com ele, o Brasil é o país que tem mais povos indígenas com línguas diferentes e onde há a maior porcentagem de terras destinadas aos nativos.
Complexidade
Ulisses Capozoli, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABCJ), abordou a complexidade da cultura nativa e a impossibilidade de se fazer um discurso simplista sobre a questão indígena. "Me lembro da famosa carta de Pero Vaz de Caminha, verdadeira obra de arte, e digo que a gentileza e a hospitalidade brasileiras são herdadas dos nossos índios".
Capozoli destacou a importância do Parque Xingu, que, segundo ele, é uma metáfora "para que tenhamos a percepção da nossa diversidade cultural". Para ele, em relação à questão indígena, há motivos para comemorar: "Acredito na idéia do processo, temos um percurso histórico que nos leva a crer num progresso em termos de reconhecimento da identidade indígena".
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