Comissão de Saúde investiga mortes maternas no Hospital de Vila Alpina




Presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), a Comissão de Saúde e Higiene reuniu-se informalmente nesta terça-feira, 19/8, para analisar as condições atuais de funcionamento do Hospital Estadual de Vila Alpina. O interesse dos deputados pelo assunto foi suscitado, sobretudo, a partir de dois casos de morte materna verificados nos últimos dois anos na maternidade daquele hospital e noticiados pelos meios de comunicação. Familiares das vítimas estavam presentes na reunião e deram suas versões dos fatos.
Gravidez de risco
Marlene Jordão relatou o caso de sua nora, Maria Dalva Hipólito, morta em julho do ano passado. Segundo o relato, Maria Dalva, grávida de uma menina, foi encaminhada ao Hospital de Vila Alpina por apresentar sintomas de diabetes e porque sua gravidez era considerada de risco, seja pela sua idade, 45 anos, seja porque o bebê era grande demais em relação à altura e ao peso da mãe.
Apesar de apresentar sintomas de que estava entrando em trabalho de parto, como falta de ar e colo entreaberto, Maria Dalva teria sido mandada de volta para casa com a recomendação de que aguardasse. No dia seguinte, sempre de acordo com o relato da sogra, a ginecologista de plantão lhe orientou a procurar o pronto-atendimento, onde foi reconhecida a urgência do caso.
Embora tenha sido imediatamente colocada na UTI, acabou morrendo. A criança nasceu, mas desde então está internada em estado vegetativo. "Até hoje não recebemos o laudo", afirmou Marlene Jordão. "Minha luta não é para vingar-me por essa desgraça, mas para evitar que casos como esses se repitam."
Parto induzido
Já Milton Alves Cavalcante trouxe o caso de sua filha, Cristina Cavalcante, de 29 anos, que faleceu após mais de 14 horas em trabalho de parto normal induzido. De acordo com ele, Cristina teve uma gravidez planejada, sem incidentes e com os exames pré-natais feitos regularmente. Quando, pelas suas contas, concluíram-se os nove meses de gestação, ela procurou o hospital, mas também foi orientada a voltar para casa e aguardar.
Passados 15 dias, Cristina decidiu se submeter a mais uma ultrassonografia, por meio da qual teria sido constatado que a gravidez já se encontrava no 41º mês e que a criança já estava com o cordão umbilical em volta de pescoço. Diante desse resultado, o hospital concordou em interná-la, mas teria insistido na realização de parto normal, inclusive com o recurso de indutores como remédios, banhos frios e exercícios.
Todo esse procedimento teria durado das 9h às 23h. Segundo Cavalcante, a criança chegou a ficar quase cinco minutos sem respirar, o que a levou ter de permanecer cerca de 15 dias respirando com ajuda de aparelhos. Cristina não resistiu à hemorragia e morreu por volta das cinco horas da manhã, enquanto o bebê sobreviveu e até agora não apresenta sinais de seqüelas.
Investigações em curso
Tânia Lago, coordenadora de Saúde da Mulher do Estado, falou em nome da Secretaria da Saúde. Ela afirmou que as mortes estão sendo investigadas tanto pelo Comitê Municipal de Morte Materna quanto pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Segunda a médica, é necessário verificar se a falha foi institucional ou assistencial. Mas Tânia Lago também fez questão de ressaltar que a maternidade do Hospital de Vila Alpina é a que tem os melhores indicadores no serviço público de saúde em todo o Estado de São Paulo. "Temo que essas tragédias sejam utilizadas para atacar um bom procedimento consolidado", disse ela.
O superintendente do hospital, Nelson Frenk, garantiu que o caso de Cristina Cavalcante ainda está sendo apurado pela instituição, mas ainda sem conclusão. Já a morte de Maria Dalva Hipólito foi atribuída a "causas inevitáveis".
Por conta de manifestações do público presente, o presidente da comissão decidiu encerrar a reunião. Mas tanto eles quanto os demais reputados presentes " Marcos Martins (PT), João Barbosa (DEM) e Celso Giglio (PSDB) " se comprometeram a dar outros encaminhamentos à questão para que as mortes sejam efetivamente esclarecidas.
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