Estamos em pleno inverno, que se iniciou em 20 de junho. Se o verão é a estação que nos convida às praias, não há dúvida de que o inverno nos incita a subir as serras e descobrir nossas montanhas, para curtir os encantos das paisagens que os vales e as serras nos oferecem. Para saudar a estação invernal, selecionamos algumas obras do Acervo Artístico da Assembléia Legislativa nas quais os artistas evocam, cada qual com sua própria sensibilidade, o cenário montanhesco de nossas paisagens.

The fishing club, de Kyoko Fukagawa

"Impregnada de terra, sua pintura descobre na palheta os acordos sugeridos por uma natureza sem limites, que sobre a tela se acentua com o severo sentido dos valores de tempo e de espaço, que, no silêncio das vastas solidões campestres, parecem encontrar a justa medida."

Sem título, de Massuo Nakakubo

"Massuo Nakakubo é um lírico e sua pintura pode ser definida como de um lirismo abstrato. São paisagens de fácil leitura, embora sem céu, sem casas, onde tudo se conclui com um leve movimento de vegetação dominada por um certo monocromatismo. O seu é um canto puro, uma descrição da natureza, e esse canto pode ser lido também como elegia. Pois é para nós difícil crer que possa existir uma nota musical tão límpida que ofereça um canto primitivo e alegre, desprovido de um peso existencial."

Visita ao cocho, de Luiz Pinto

"Eminentemente paisagista, o artista sabe colher com inata sensibilidade e domínio técnico a luz e a atmosfera de um local: basta um campo, um riacho, uma rua que sensibilizem sua emoção visual para traduzi-la em desenho ou óleo. Manifestando uma agilidade expressiva, transmite-nos sua sincera comoção espiritual."

Paisagem rural de Joanópolis, de Tao Duarte

"Convencido de que a fantasia é a subjetiva deformação de uma lembrança de coisas e fatos captados em tempos passados, Tao Duarte se atém à lição que a natureza, inexorável e infalível mestra, nos transmite. Eternamente nova em seus aspectos, o artista a estuda e a segue com afinco, sempre atento para não perder a emoção, causa de toda inspiração."

Antes do plantio, de Sakuko Miyashita

"Através de um temperamento vigoroso, a artista confia liberadamente às cores seu modo peculiar de contar a paisagem que pinta com fortes tonalidades. A construção incorpora a estrutura da obra e as contradições que no caso específico resultarem necessárias, são o próprio espírito da imaginação. Sua pincelada, generosa e densa, se torna cor, o objeto símbolo, a paisagem protagonista de uma espontânea contraposição entre paisagem e cena onde se sobressaem os detalhes. Nas nuances cromáticas, a artista se exprime, com toque livre."