Políticas de inclusão sócio-econômica são armas contra a discriminação


DA REDAÇÃO
Embora se diga que não há discriminação racial no país, os índices demonstram que a população negra sofre maior mortalidade infantil, maior mortalidade materna, tem menor acesso à educação superior e a empregos melhor remunerados, para falar somente nos mais gritantes, é preciso traçar políticas de inclusão que criem oportunidades iguais para todos.
A II Semana da Cultura Negra, promovida pela Assembléia Legislativa em conjunto com Instituto do Legislativo Paulista e o Grupo de Negros da Alesp, propõe-se discutir o papel do negro na sociedade brasileira, e as perspectivas para essa numerosa população, que está nas origens da formação étnica nacional, que é valorizada por sua cultura, música, dança, mas que é relegada a um papel subalterno quando se trata de qualidade de vida e participação nos destinos do país.
A solenidade de abertura, na segunda-feira, 17/10, foi presidida pelo deputado Sebastião Arcanjo (Tiãozinho-PT), e teve a presença dos deputados Marcelo Cândido, Vicente Cândido, Renato Simões e Roberto Felício, do PT, e Roberto Engler, do PSDB, além do diretor-presidente do ILP, Maurílio Maldonado, e do coordenador do Grupo de Negros da Alesp, Reinaldo Araldo. Tiãozinho louvou o engajamento que começa a haver da parte dos legislativos estaduais na discussão da questão do racismo e da promoção da igualdade racial na sociedade.
A Assembléia paulista tem papel especial nesse engajamento, porque tudo quanto é aprovado e se transforma em lei no maior parlamento do país tem reflexos nacionais, segundo Marcelo Cândido. "Somos um povo diversificado e, nessa condição, deveríamos nos amar profundamente", disse Marcelo.
Durante a abertura do evento, apresentaram-se a modelo e performer Cassia Aguirre, o cantor Davi Marcondes e o grupo Raízes, o percussionista Aluá Nascimento e do Samba do Centro Cafeeiro. Além disso, três exposições de arte pictórica, D'Arte de Erês, Quilombos do Vale do Ribeira e Rota dos Orixás, permanecem durante todos os dias do evento.
Formas de discriminação
O painel "Discriminação na Saúde" teve lugar na reunião da Comissão de Saúde e Higiene, presidida pelo deputado Waldir Agnello (PTB), com a presença da Dra. Maria Inês Paulina dos Santos Rosa, médica pneumologista e sanitarista. A médica desenvolve programa de atendimento à saúde da família junto às comunidades quilombolas em Pariqüera-Açu, no Vale do Ribeira, e acredita que a inclusão da população negra nos serviços de saúde básicos, como vacinação ou prevenção de câncer de mama, por exemplo, deva começar nas campanhas publicitárias, que sempre mostram pessoas brancas em cartazes e filmes. Segundo ela, a população negra não se identifica com a campanha, não se sente chamada à participação.
O que é um problema quando se verificam dados sobre mortalidade entre a população branca e a população negra, os números gritam: morrem no parto seis mulheres negras para cada mulher branca, morrem de Aids três mulheres negras para cada branca, a expectativa do negro é de 62 anos, contra 69 anos do branco.
Embora haja doenças que são relacionadas ao grupo étnico do paciente, como a anemia falciforme e as doenças cardíacas, que atingem mais a população negra, é mesmo no acesso aos serviços de saúde que o problema se revela. A discriminação é via de mão dupla: tanto as instituições, na pessoa de médicos, atendentes e enfermeiros, discrimina o paciente negro, também o paciente branco discrimina o médico de cor.
Entre os casos de segregação racial ou discriminação sócio-econômica, todos concordam que é preciso haver uma mudança de mentalidade, o que só se dará se começarem a ser engendradas políticas públicas que visem à inclusão.
Estiveram presentes os deputados Beth Sahão e Fausto Figueira (PT), José Dilson (PDT), Pedro Tobias e Roberto Engler (PSDB), Ricardo Castilho (PV) e Analice Fernandes (PSDB).
Leia na Agência de Notícias nesta quarta-feira, 19/11, a cobertura do debate "A Questão Racial no Livro Didático".
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