Desde 1835, ano de sua instalação, a Assembléia Legislativa de São Paulo teve três sedes antes da atual: a primeira no Pátio do Colégio, até 1879; a segunda na praça João Mendes, na antiga Cadeia e Câmara Municipal, até 1937; e a terceira no parque Dom Pedro II, no antigo Palácio das Indústrias, de 1947 a 1968. Inaugurada em 25 de janeiro de 1968, sua sede atual fica no parque do Ibirapuera.

Às vésperas das eleições de 1º de outubro, é oportuno relembrar alguns dados históricos desses prédios e aproveitar para reproduzir pinturas que os mostram. Essas obras, dos artistas Rodrigues Coelho, Gil Sabino, Cristiane Carbone e Henrique Passos, pertencem hoje ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Pátio do Colégio " Construído em 1556 e mais tarde ampliado e reformado, o Colégio dos Jesuítas, depois da expulsão destes do Brasil, tornou-se palácio dos governadores paulistas de 1765 a 1908. O pavimento superior do prédio, precisamente junto à torre da Igreja do Senhor Bom Jesus do Colégio, foi sede da Assembléia provincial de 1835 a 1879 e demolido em 1881.

Câmara e Cadeia " Antiga sede da Cadeia e da Câmara Municipal de São Paulo, sua construção foi iniciada em 1874, na praça João Mendes. Sofreu posteriormente diversas reformas, tendo sido demolida em 1940. Abrigou o Legislativo paulista de 1879 a 1937, quando então foi implantado o Estado Novo e as casas legislativas do país fechadas.

Palácio das Indústrias " Projetado por Ramos de Azevedo, teve sua construção iniciada em 1911. Foi inaugurado por ocasião das comemorações do Centenário da Independência, em 1922. O edifício sediou o Legislativo estadual entre 1947 e 1968.

Palácio 9 de Julho - A par de sua concepção arrojada e harmônica, a atual sede do Legislativo paulista, o Palácio 9 de Julho (nome pelo qual também ficou conhecido o Palácio das Indústrias), tem outro aspecto que a distingue dos demais prédios ocupados anteriormente: ela foi projetada com o fim específico de abrigar o Poder Legislativo. O projeto, do arquiteto Adolpho Rubio Morales, teve suas obras iniciadas em 1962 e foi inaugurado em 1968. O prédio, além de manter-se como referência política do povo paulista, tornou-se um marco arquitetônico da cidade.



Pátio do Colégio " Henrique Passos

Essa obra se baseia em alguns pontos fundamentais da construção pictórica do artista: boa disposição das massas, um desenho preciso, a feliz introdução de valores cromáticos e, sobretudo, a difusão da luz de maneira a conferir à pintura compactação, extrema unidade e, além de tudo, realística.



Palácio das Indústrias e Palácio 9 de Julho " Cristiane Carbone

Ricas de sugestões, suas obras apresentam uma Paulicéia sonhada, mágica e livre de todo e qualquer "enfeiamento" tecnológico. A realidade paisagística da artista aparece ligada à veracidade do ambiente, das coisas e das pessoas, num discurso sem equívocos, que não deixa margem a polêmicas ou dissertações.



Os Legislativos Paulistas Através do Tempo " Rodrigues Coelho

As obras de Rodrigues Coelho não são imagens de fantasia, mas tomadas in natura e in memoriam, sem compromisso com a difícil solução das questões técnicas e dos temas em fase de narração. Além de grande habilidade criativa, deve-se reconhecer no artista o "impasto" dos próprios sentimentos com a luminosidade de suas cores, numa simbiose na direção, precisamente, da tradição. No olhar de Rodrigues Coelho, nota-se sempre a solidez de um bandeirante das artes desbravando os caminhos da história paulista.



Parque do Ibirapuera " Gil Sabino

Sua habilidade técnica é fora de discussão e, em cada obra sua, aparece, fixado com maestria, um momento da vida urbana valorizando sua natureza e seus detalhes. Cada imagem oferece um canto cromático diferente e perfeitamente adaptado à hora, do dia ou da noite, em que o artista decidiu se fixar frente a uma das tantas e maravilhosas mutações do Criador.