Ato solene na Assembleia comemora o Dia da Hungria


22/10/2010 20:20

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Representantes da comunidade acompanham no auditório Franco Montoro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/AtoSolHungria21out10Rob_4823.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Autoridades e membros da comunidade húngara no Brasil durante ato solene<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/AtoSolHungria.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Olimpio Gomes (esq.) preside ato solene na Assembléia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/AtoSolHungria21out10Robdep olimpio.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Dia 23 de outubro marca levante popular contra a ditadura soviética, em 1956



Nesta quinta-feira, 21/10, foi realizado, no auditório Franco Montoro, por solicitação do deputado Roberto Engler (PSDB), ato solene para homenagear o Dia da Hungria. Presidida pelo deputado Olimpio Gomes (PDT), membro da Comissão de Assuntos Internacionais. A solenidade contou com a presença do presidente das Entidades Húngaras de São Paulo, Pedro Marques; do cônsul encarregado de Negócios ad interin da Embaixada da República da Hungria, Gyula Misi; do cônsul honorário da República da Hungria, Tibor Sotkovszki; e da chefe regional dos Escoteiros Húngaros, Charlotte Harsi, entre outras autoridades e membros da comunidade húngara no Brasil.

"O dia 23 de outubro de 1956 marca um momento de dor. Jovens gritavam palavras de ordem contra a ditadura soviética e foram rechaçados por canhões. Faço uma comparação dessa data húngara com outra data marcante no Estado de São Paulo. Em 1932 o povo paulista pegou em armas por não concordar com um regime ditatorial. A revolta acabou com milhares de paulistas mortos. Mas houve uma vitória moral, que mudou posteriormente os rumos do país. Se estamos aqui hoje, muito devemos aos que lutaram pela liberdade antes de nós. Velo que o sangue derramado do povo húngaro acabou gerando liberdade para um povo", declarou Olimpio Gomes.

De acordo com o presidente das Entidades Húngaras de São Paulo, Pedro Marques, existem atualmente cerca de 10 mil famílias de origem húngara em São Paulo. Ele informou que houve quatro movimentos de imigração para o Brasil. A primeira foi na década de 1890, quando se instalaram na região Sul do país; a segunda e a terceira foram após as duas guerras mundiais, e a quarta em 1956, após o levante popular contra a ocupação soviética.

"Boa parte da comunidade húngara veio para o Brasil após a revolta de 1956, que durou três semanas, matou centenas de pessoas e aprisionou milhares. Somente depois da queda do muro de Berlim, em 1989, foi declarada a 3ª República Húngara. Em 2004, com a adesão do país à União Européia, houve um incremento nas exportações da Hungria para os vizinhos europeus. O país possui solos férteis e terras produtivas, sendo os vinhos nacionais muito apreciados em toda a Europa. Exporta principalmente equipamentos eletroeletrônicos, produtos químicos e peças da indústria automobilística, além de material de informática, afirmou o cônsul Gyula Misi. Ele acrescentou que seu país é grato ao Brasil pela sua tolerância às diferenças étnicas e culturais.



Um pouco sobre a Hungria



Sem fronteira com o mar, a Hungria, país essencialmente plano, ocupa o centro-sul da Europa, delimitada a leste pelos Alpes e a oeste pelos montes Cárpatos. A superfície do país é de 93 mil km² e sua população é de aproximadamente 10 milhões de habitantes.

Os grupos étnicos da Hungria são compostos por magiares húngaros (90%), ciganos (4%), alemães (3%), sérvios (2%), e outros (1%). Os húngaros descendem dos magiares que se instalaram na região dos Cárpatos em 896. A Hungria tornou-se um país cristão no ano 1000, sob o reinado de Santo Estevão. Com Alberto 5º, da Áustria, que governou em 1438 e 1439, os Habsburgos tiveram acesso ao trono húngaro. Em 1458, assumiu o trono Matias Corvino, considerado o maior rei da Hungria, cujas importantes conquistas militares fizeram do país um dos reinos mais poderosos da Europa Central. Em 1867, o imperador Francisco José 1º instaura um sistema de monarquia dualista, dando à Hungria um status semelhante à Áustria. Contudo, as contradições entre a Hungria agrária e a Áustria industrial eram cada vez maiores, sendo que a monarquia durou até a derrota do império austro-húngaro e da Alemanha, na 1ª Guerra Mundial.

Com a assinatura do Tratado de Trianon, após a guerra, a Hungria perdeu três quartos de seu território e um terço da população. Em 1939, a Hungria adere ao Pacto Anti-Komitern, ao lado da Alemanha, Itália e Japão, e mostra-se declaradamente pró-eixo. Após a derrota na 2ª Guerra, em 1948, o país é invadido pelo exército soviético, que apoia o partido comunista na tomada do poder no país, e Rakosi assume a liderança do partido.

Em 1955, o então líder Nagy é destituído pela ala dura do partido comunista, após uma tentativa de abertura política. Entretanto, aumenta o descontentamento popular, provocando a revolta contra o regime, que explode Budapeste, em 1956. Em 14 de novembro de 1956 as tropas soviéticas invadem a Hungria, reprimindo a revolta, instalando uma ditadura comunista com Kádar na presidência; situação que se manteve por três décadas.

Em 1988, o Partido Comunista Húngaro decreta a sua própria dissolução e reconstitui-se como Partido Socialista Húngaro (PSH). O país abandona o regime comunista, e em 1989 é adotado o multipartidarismo. Em 23 de outubro, o país passa a chamar-se República da Hungria. Em 1990, o Fórum Democrático Húngaro vence as eleições legislativas e Arpád Gorez é nomeado presidente da República. Em 1991, termina a retirada das tropas soviéticas do território húngaro.

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