Previdência: um dia de muito debate




Na terceira rodada de audiências públicas, parlamentares, lideranças sindicais e servidores públicos lotam o plenário JK da Alesp. E reclamam das regras estipuladas pelo Governo Federal
DA REDAÇÃO
Com a presença de deputados estaduais e federais, lideranças sindicais e, naturalmente, representantes de várias entidades de servidores públicos, a Comissão Especial da Previdência da Câmara dos Deputados realizou, nesta segunda-feira, 14/7, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, a terceira audiência pública para discutir a proposta do Governo Federal para a reforma da previdência, a PEC 40/2003.
Sob a coordenação do deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS), vice-presidente da Comissão, participaram da Mesa a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), como relatora; o presidente da Alesp, deputado Sidney Beraldo; o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Sérgio Augusto Nigro Conceição e a senadora Heloísa Helena (PT-AL).
Nigro Conceição ressaltou a necessidade da reforma previdenciária ser feita de modo a contemplar os interesses da União e dos servidores. O presidente do Tribunal de Justiça destacou que há, atualmente, mais de 400 magistrados em condições de aposentadoria. "Se todos decidirem reivindicar o direito, a Justiça entrará em colapso. É necessário estabelecer as regras de transição", alertou.
Superávit
Bastante aplaudida pelo público que lotou o Plenário Juscelino Kubitschek a senadora Heloísa Helena considera que a atual proposta do Governo compromete conquistas dos movimentos sociais e não combate salários excessivamente altos nem privilégios. "É inadmissível que aceitemos a desestruturação do Estado brasileiro. Tenho apelado ao partido que ajudei a fundar e que respeito, para que não me obrigue a deixar minha digital nesta reforma como hoje se apresenta", afirmou a parlamentar do PT, que garante: a seguridade social é superavitária. O deputado federal José Aristodemo Pinotti (PMDB-SP) acompanha a senadora alagoana: "Não existe déficit. O que persistem são renúncias fiscais descabidas, inadimplência - inclusive do governo - e retiradas do fundo previdenciário realizadas pelo governo.
Os representantes das entidades de servidores foram unânimes em seus pronunciamentos - todos exigiram a retirada da PEC 40, classificando-a de "privatista e fiscalista". Lamentando a ausência do relator da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, José Pimentel (PT-CE), a deputada e relatora da audiência, Jandira Feghali, garantiu que em seu documento constará a existência de consenso entre os 32 representantes de entidades de classe que se manifestaram. Na opinião de Feghali, "a reforma não pode ser mantida com o conteúdo desastroso que apresenta, alinhando a previdência pública ao mercado de capitais que comanda a política macroeconômica deste País."
Também presente à audiência, o presidente da CUT, Luis Marinho, defendeu a manutenção da integralidade para os atuais servidores, teto para os futuros e a aposentadoria especial para os professores, além do estabelecimento de regras de transição. Marinho considera que o conteúdo da atual proposta do governo é extremamente prejudicial ao funcionário público.
Meios, fins e programa
Para o deputado Alceu Colares (PDT-RS), a PEC 40 é um meio de o "neoliberalismo continuar sugando o país", já que o que se busca não é uma previdência mais justa ", mas apenas outro meio de cortar gastos do governo". O parlamentar gaúcho defende a paridade de vencimentos entre funcionários da ativa aposentados como um direito que deve ser estendido aos futuros servidores, já que o que está em jogo é a qualidade do serviço público.
O deputado estadual Emidio de Souza (PT), 1º secretário da Assembléia Legislativa, dirigindo-se às galerias, afirmou que não tinha medo de vaias e que, após a manifestação das entidades contra a PEC 40, iria defender as reformas do governo Lula. "A integralidade legitima aposentadorias que chegam a R$ 30 mil e minha obrigação é defender aqueles que se sustentam com benefícios de R$ 240", disse o parlamentar. Ele sustentou que a proposta já fazia parte do programa de governo apresentado na campanha de Lula, eleito com 52 milhões de votos.
Carta aos brasileiros
O deputado estadual Cândido Vaccarezza (PT) defendeu a proposta de seu partido e culpou o governo FHC pela situação que deixou as contas do país para seu sucessor, com endividamento e aumento da carga tributária. Para ele, a reforma previdenciária é condição para o desenvolvimento, a distribuição de renda e a geração de emprego. O deputado petista lembrou que as reformas já estavam previstas na "Carta aos Brasileiros", documento que apresentou o programa de governo defendido pela candidatura Lula. O deputado Sebastião de Almeida (PT) confirmou a reforma como uma das propostas que possibilitariam o desenvolvimento do país.
Ivan Valente, deputado federal pelo PT paulista, ressaltou a difícil posição de seu partido por causa da falta de coerência entre a Proposta de Emenda Constitucional e a diretriz de universalização do serviço público. Ele criticou a reforma dizendo que ela nunca deveria ter sido posta em primeira agenda, porque vai causar impacto em milhares de servidores e na população como um todo. Valente crê que um teto negociado e a preservação de direitos deveriam ser as bases da reforma. "A integralidade e a paridade são atrativos para que profissionais competentes ingressem no serviço público", disse.
O último deputado federal a se pronunciar foi Jamil Murad (PCdoB-SP), afirmando que o presidente Lula, na propositura da PEC 40, está cedendo a pressões dos governadores. Para ele, o Congresso Nacional não aprovará a emenda proposta.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Greve dos servidores públicos da Saúde no estado pauta 130ª Sessão Ordinária da Alesp; assista
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações