ABC cobra rede integrada de serviços de combate ao crack e outras drogas

O combate ao crack e outras drogas exige a criação de uma rede integrada de serviços públicos, com a participação de setores informais da sociedade que já lidam com este problema, como as comunidades terapêuticas. E esta rede deve ser regionalizada e organizada com a participação das três esferas de poder, Executivo, Judiciário e Legislativo. Foi o que se evidenciou em debate realizado, no dia 8/7, na Câmara Municipal de Mauá, com a participação de autoridades públicas, especialistas e uma plateia de mais de 300 pessoas.
Para Donisete Braga, coordenador da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, o Estado precisa se envolver de forma mais efetiva e apoiar as prefeituras. O deputado resumiu o trabalho que a Frente vem realizando, como a reunião no ministério da Saúde, em Brasília, que resultou no anúncio de algumas medidas, entre elas o aumento de R$ 57 para R$ 200 da diária para internação de dependentes químicos no sistema público de saúde.
O prefeito Oswaldo Dias criticou a forma atual de distribuição dos recursos públicos entre os municípios brasileiros: "Os impostos precisam ser divididos de forma mais justa para enfrentarmos este e outros problemas", disse. Reclamou que cidades menores e com menos problemas que Mauá, por exemplo, recebem três vezes mais recursos públicos.
Rede intersetorial
Representando o Consórcio Intermunicipal do ABC, o médico Arthur Chioro, que também preside o Conselho Municipal de Secretários de Saúde de SP, disse que o combate às drogas é pauta prioritária dos secretários de Saúde dos 645 municípios paulistas. "O governo do Estado não tem participado do financiamento dos programas de álcool e drogas. No ABC, temos duas clínicas especializadas que são peças de marketing. Além disso, temos aqui apenas 12 leitos públicos para desintoxicação", declarou.
Para Chioro, um problema complexo exige solução complexa e cobrou mais sintonia entre as três esferas de poder. "Temos que caminhar para criar uma rede intersetorial de atendimento, com portas abertas, apoio das universidades, da sociedade, para prevenir, acolher, tratar e reinserir as pessoas", explicou.
O psiquiatra Mauro Aranha, presidente do Conselho Estadual sobre Drogas, também pregou a necessidade do trabalho em rede. Após explanar sobre o poder devastador do crack, droga barata que é subproduto da cocaína, anunciou que o Estado, em parceria com o conselho, criou em junho passado uma coordenadoria de enfrentamento ao álcool e drogas. "Também estamos elaborando propostas visando uma política estadual sobre drogas", disse.
O presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo, Ariel de Castro Alves, clamou pela integração dos órgãos de atendimento. Disse que hoje o país tem mais de um milhão de usuários de drogas e que a maioria das prisões de adolescentes e jovens estão relacionadas ao tráfico. "Por ano 20 mil jovens são assassinados no Brasil, a maioria por causa das drogas", relatou.
Prevenção
Falando em nome da polícia civil, o delegado Seccional de Santo André, Guerdson Ferreira, enfatizou que "O combate às drogas não é responsabilidade só da polícia, é de toda a sociedade", lembrando que o sistema penitenciário brasileiro tem cerca de 90 mil pessoas presas por envolvimento com drogas.
A representante da Confederação Nacional dos Municípios, Mariana Barreto, relatou que 98% dos municípios brasileiros, entre os quais os do Grande ABC, enfrentam problemas com circulação e uso de drogas. "A droga está presente em 95% dos 447 municípios do Estado de São Paulo que já responderam nossa segunda pesquisa", disse. Segundo ela, a CNM criou o portal Observatório do Crack e deve apresentar um conjunto de propostas aos governos federal e estaduais.
O deputado Jooji Hato (PMDB), membro da frente parlamentar, também participou do debate que foi organizado pelos vereadores Rogério Santana e Rômulo Fernandes. Inúmeros secretários municipais, vereadores e lideranças também estavam presentes. O público pode fazer intervenções e grande parte pediu a realização de palestras de prevenção nas suas comunidades e escolas.
dpbraga@al.sp.gov.br
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