Para Tetsuo Segui, a fotografia é, possivelmente, mais do que outros meios expressivos, um implacável teste de projeção, onde exatamente pela mecanicidade dos instrumentos indispensáveis à sua realização é explicita a constituição cultural do operador fotógrafo.



Fotografar é antes de tudo um ato de participação ativa da nossa realidade, uma escolha que envolve globalmente desde o projeto ao registro da imagem num "iter" com intervalos entre a percepção de um espaço até englobar informações e significados congelados através do instrumento mecânico fotoquímico, numa funcional fração de tempo produzindo um testemunho ao mesmo tempo em que uma mensagem cuja eficácia será coerente com a precisão da síntese figurativa.



Ali se revelam os itinerários ideológicos, os mesmos que solicitaram e endereçaram o percurso, na busca onde numa fração de segundo e no momento decisivo " como afirma Cartier Bresson " se equalizam todos os elementos que qualificam a imagem bidimensional. Pertence ao leitor a tarefa de decodificar os conteúdos que estão no interior das informações visuais.



O cuidadoso trabalho fotográfico de Tetsuo Segui se confronta com a prospectiva que nasce da experiência quotidiana recolocando sobre vários planos, progressivamente mais distantes, os elementos envolvidos pelo funil ótico que o fotógrafo faz confluir sobre um único plano mágico, comprimindo-as. Trata-se de um fotógrafo artista que através de suas propostas visuais exprime com lucidez esta confiança no poder ou na força expressiva e comunicativa.



A "gramática" da fotografia propõe a esse artista inexauríveis ocasiões de pesquisa. Através das obras "Panorâmica de São Paulo", "A Oca e o Flamboyant" e "Visão noturna desde o Ibirapuera", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Tetsuo Segui demonstra uma forte capacidade de autonomia que lhe fornece as conotações de um raro operador cultural.







O artista



Tetsuo Segui nasceu em Marília em 1935. Formou-se em engenharia civil e atua na área da construção. Tendo em vista a necessidade de documentar detalhes técnicos e elaborar portifólios de obras executadas se dedicou a aprimorar a técnica fotográfica freqüentando diversos cursos inicialmente na Kodak e na Fuji e posteriormente na Escola Superior de Propaganda e Marketing, no Senac, no Museu de Arte Moderna além de outras galerias.



Desde o inicio tem dado prioridade em fotografar exemplos de arquitetura, paisagem urbana e natureza. Participou de diversos workshops monitorados por profissionais da área como Araquém Alcântara, Walter Firmo, Marcelo Greco, Carlos Moreira, Roseli Nakagawa entre outros.



Realizou diversas viagens pelo Brasil fotografando, em companhia de outros fotógrafos, exemplares da natureza, cenas do quotidiano e a arquitetura local.



Especialmente convidado expôs no Foto Clube de Niterói, RJ; 450 Anos de São Paulo na Galeria SENAC; finalistas da Leika, no Museu da Imagem e do Som; no concurso Kodak e nos Espaços Culturais do Metrô de São Paulo. Por seus trabalhos recebeu menção honrosa em Niterói e no MIS Paulista, 1º e 2º lugar nos finais das duas edições do concurso Kodak e metrô.



É membro do Grupo Luminous de Fotografia e tem diversas fotos publicadas em livros e revistas especializadas e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.