PCC, perigo que denunciei há nove anos

Atualmente, a sigla PCC, é tão conhecida no Brasil quanto INSS, BNDES, IPTU e CBF. Conhecida e, ao mesmo tempo, temida. A onda de violência ocorrida no Estado de São Paulo entre 12 e 15 de maio foi além do território paulista, mexeu com todo o País e alcançou destaque na mídia internacional. O balanço dos ataques do PCC, somado às represálias policiais, representa dezenas de mortes, o correspondente ao terrorismo contra os trens de Madri de 11 de março de 2004 ou a uma semana de confrontos na Guerra do Iraque.
A violência daqueles quatro dias também aterrorizou milhões de pessoas e provocou seqüelas na economia. Nesta altura, por mais que grupos políticos fiquem na troca de acusações, em busca de dividendos com vistas às eleições de outubro, é impossível relembrar que o monstro PCC já não estaria existindo se o governo paulista tivesse tomado providências há nove anos. Isto mesmo: nove anos atrás.
Como deputado estadual, presidi a CPI da Assembléia Legislativa que investigou o avanço do crime organizado em nosso Estado, de 1995 a 1999. Com base em investigações e depoimentos, descobri que havia surgido nas cadeias paulistas uma nova facção criminosa, o Primeiro Comando da Capital (PCC), então ainda em fase embrionária, mas ameaçadora. Então, cumpri meu dever de denunciar: enviei ao Governo do Estado a foto de uma bandeira do PCC hasteada num presídio de Sorocaba e até publiquei, no "Diário Oficial", o estatuto do PCC. E o que fez o Governo? Nada. Nada, mesmo!
Em 1997, o governador de São Paulo era Mário Covas, que falhou por completo na segurança pública e também no cuidado com infratores da Febem. O PCC cresceu em sua gestão. Seu secretário de Administração Penitenciária, um velho promotor, ao receber meu relatório de presidente da CPI e a foto de jornal da bandeira do PCC, informou acintosamente que aquilo era "bandeira de uma escola de samba" e garantiu que estava "tudo sob controle". E que controle!!! Só que do crime organizado...
Na segunda gestão de Covas, houve troca dos secretários da Segurança e Administração Penitenciária. Os incompetentes e insensíveis se sucediam. Solução, mesmo, nenhuma. Em 18 de fevereiro de 2001, época em que o vice-governador Geraldo Alckmin havia assumido provisoriamente o cargo, diante da doença de Covas, ocorreu o sangrento motim simultâneo em 29 cadeias paulistas, sob o comando do PCC, que trocava informações por meio de telefones celulares. Alguns dias depois, Covas faleceu e Alckmin foi efetivado no cargo. A segurança pública ficou com Saulo Abreu, tendo sido mantido Furukawa com os presídios. Alckmin chegou a anunciar, em 2005, que o PCC estava extinto. Mentiu e a cúpula policial pagou para ver...
Reconheço o direito de Alckmin tentar ser presidente da República e vejo erros no atual presidente, mas a verdadeira história do monstro PCC não pode ser esquecida.
Afanasio Jazadji* é deputado estadual pelo PFL
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