Uso do Gás Natural


DA REDAÇÃO
Um negócio que pode movimentar bilhões de dólares, gerar milhares de empregos, reduzir custos dos transportes e contribuir com o meio ambiente. Todos esses atributos estão reunidos num combustível que pode vir a ser utilizado em larga escala neste século. O assunto foi tema do seminário "O Gás Natural no Transporte Coletivo Metropolitano", realizado nesta segunda-feira pela Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Sebastião Arcanjo, Tiãozinho do PT.
O seminário reuniu representantes da Petrobrás, da Comgás, do BNDES, secretarias estaduais e municipais, além de entidades sindicais de trabalhadores e patronais. O deputado Tiãozinho destacou que o debate sobre gás natural faz parte do projeto da Comissão de debater temas ligados ao desenvolvimento sustentado e à infra-estrutura. O presidente da Assembléia, deputado Sidney Beraldo, também sublinhou a importância de se discutir ações que vão além das questões macroeconômicas e coloquem em perspectiva o incremento da infra-estrutura.
Parece existir consenso de que o uso do gás natural é uma alternativa para a remodelação da matriz energética do país. O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse que existem condições para que o país amplie o uso múltiplo do gás natural, seja na indústria, no comércio, no transporte, no uso doméstico ou como fonte para a produção de energia termelétrica. Sauer apresentou o plano que a Petrobras está desenvolvendo para massificar o uso do gás. O principal objetivo é desenvolver o mercado de gás natural e permitir articulação entre todos os elos da cadeia produtiva. As projeções da Petrobrás são de que até 2007 a produção e o consumo nacional do combustível atinja 43 milhões de metros cúbicos por dia.
Investimentos
Os negócios com a Bolívia e a descoberta de reservas na Bacia de Santos prometem um potencial de oferta de 100 milhões de metros cúbicos/dia. Esse volume equivaleria, segundo Sauer, a 500 mil barris de petróleo/dia, ou ¼ do consumo diário de combustível no Brasil. "A grande vantagem é que temos potencial de produzir um recurso novo com custo baixo e com margem econômica para atrair investimentos", acrescentou.
Os planos da Petrobras voltam-se para quatro setores: o mercado industrial, o comércio de grande porte, a área de transporte e gás natural domiciliar. O consumo doméstico do gás natural cresce em vários estados brasileiros. A ampliação e capilarização da malha de distribuição, por meio de parcerias, podem atingir nos próximos anos a 20 milhões de consumidores, numa rede de 200 mil quilômetros integrada por estados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
Gás veicular
O segmento mais que registra o aumento do consumo mias expressivo de gás natural é o automotivo. Segundo Ildo Sauer, há condições para a utilização do gás pelos 95 mil ônibus urbanos, pelos veículos leves, veículos urbanos de carga. No transporte coletivo a conversão ou substituição dos veículos movidos a diesel pelos a gás pode representar uma redução de custos da ordem de 10%.
As vantagens do combustível estendem-se à questão ambiental. Os maiores agentes poluentes são as indústrias e as frotas urbanas movidas a diesel. O GNV é um combustível mais limpo e isento de compostos pesados e de impurezas, o que permite menos emissão de poluentes e maior vida útil dos veículos. Ildo Sauer referiu-se também às economias advindas da maior adaptação do gás natural às exigências das resoluções ambientais, eliminando gastos hoje existentes para adequar o refino do diesel aos parâmetros legais de emissão.
Ildo Sauer disse que as barreiras para a massificação do uso do gás natural residem nas restrições aos investimentos, às deficiências ainda existentes de um sistema de manutenção de veículos e às políticas tributárias e tarifárias. Entretanto, o diretor da Petrobras acredita que existe hoje uma grande convergência de interesses entre os mais diversos setores: governos, agentes das cadeias produtiva e usuários. "Se o plano vier a ser aprovado em todos esses âmbitos, poderemos garantir que o preço relativo do gás natural se sustente ao longo do tempo e que, assim, seja um estímulo para a adoção ampliada de seu uso."
Saúde Pública também ganha
O diretor de marketing comercial da Comgas, Luiz Awasu, apontou mais um aspecto que atestaria a economicidade do gás natural. Segundo ele, a produção e consumo de cada um milhão de metros cúbicos de gás natural podem gerar uma economia de cerca de R$ 80 mil reais por dia em saúde pública.
Além da redução de custos e do conseqüente papel na distribuição de renda, Awasu também lembrou dos impactos positivos que a extensão do uso do gás natural pode causar sobre a balança comercial. O diretor da Comgas considera que o BNDES teria de intensificar sua atuação no setor, irrigando o setor com mais recursos para os investimentos de longo prazo.
O setor do GNV em São Paulo tem à frente um mercado potencial de 350 mil veículos, hoje existem 140 mil veículos convertidos. Só o transporte coletivo da cidade de São Paulo conta hoje com uma frota de 11 mil veículos. Segundo Awasu, é um mercado que movimenta atualmente R$ 300 milhões por ano e gera cerca de 3 mil empregos indiretos. As condições para afirmar esse mercado estariam dadas: qualidade do gás assegurada, rede de gasodutos e de distribuição em expansão e preços relativos competitivos. Faltam, na análise de Awasu, canais de financiamento e redução da carga tributária. Temas que, sem dúvida, encabeçam a agenda de discussão de todos os agentes envolvidos na cadeia produtiva do gás natural.
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