O conteúdo surrealista de Cláudio Aun, fornecido pelo tema e pela própria forma

Museu da Escultura ao Ar Livre
20/03/2006 15:17

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/HomemFolha-verso.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cláudio Aun<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ClaudioAun.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra "Homem Folha", doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Escultura ClaudioAun.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O surrealismo foi uma tentativa e uma forma de vida, a aventura de alguns indivíduos " diferenciados por seu talento e confundidos em sua pesquisa " que buscaram um caminho desejado através de experiências maiores de existência, solidão do sonho, amor dos casais, solidariedade da ação. Na história da sensibilidade e da criação, foi também o movimento coletivo mais importante do Século XX.

"No Brasil " segundo o crítico Ricardo Kimaid " Cláudio Aun talvez seja o único escultor surrealista brasileiro em atividade, qualificado para preencher o espaço deixado por Maria Martins, artista que se consagrou nesse segmento."

Sua obra possui a lucidez de um princípio vivo que não necessita de racionalização para se tornar uma obra de arte. Em uma concentração criadora encontramos tanto o sentido do toque como o sentido do espaço, uma compreensão inteligente da estrutura quanto da forma.

Através do jogo do côncavo e do convexo, o escultor age sobre o espaço como sobre um instrumento musical, as curvas exprimem o movimento e revelam uma paixão lírica. Sensibilidade e "finesse" podemos dizer, fizeram nascer uma epiderme envolvendo suas esculturas em bronze. Simplicidade de articulação que torna sua obra atraente. A percepção dos planos é substituída por uma reação visual e táctil na superfície do bronze.

Cláudio Aun, cuja principal característica é evitar a estilização, adotou desde o inicio um estilo semifigurativo. Os temas que o conduziram a uma fantasia quase inesgotável de figuras humanas, da fauna, da flora e de equipamentos do dia-a- dia.

Em obras de uma grande variedade, o artista explora o problema do volume reduzido ao extremo e o da linha no espaço. Contrariando as idéias de muitos artistas de meados do século XX, Cláudio Aun compreendeu que em nossos dias a forma tem a necessidade de ter um conteúdo traduzível para evocar uma imagem essencial da vida.

Na obra "Homem Folha" doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre, tudo o que havia sido então proclamado tabu aparece em sua obra: o sonho, o mistério, o drama, o anedótico. Seu desejo, nostalgicamente obsessivo, foi de dar à escultura um conteúdo que não seja fornecido tão-somente pelo tema, mas que seja do domínio da própria forma.

O artista

Cláudio Aun nasceu em São Paulo em 1943, onde se formou no IADE. Iniciou sua carreira em 1969 e desde então participou, no decorrer destes últimos 30 anos, de quase uma centena de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior.

Entre suas principais exposições individuais, salientam-se: "Cláudio Aun Retrospectiva", 30 anos de Arte Surrealista, Espaço Cultural Mauá, Rio de Janeiro, RJ (1999); Espaço Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, RJ (2000); Retrospectiva Surrealista, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (2001); Projeto Mauá, Artistas Plásticos Abrem seus Ateliês, Morro da Conceição, Rio de Janeiro, RJ (2002).

Além de menções honrosas e especiais, recebeu inúmeras medalhas de ouro, prata e bronze. Sua arte surrealista ganhou notoriedade nos Estados Unidos e na Europa, com a exposição de suas esculturas em várias cidades como Miami, Nice, Lisboa, Berlim, Amsterdã e Paris.

Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais no Brasil e no exterior, notadamente no Museu da Escultura ao Ar Livre.

alesp