Em reunião nesta quinta-feira, 24/2, com moradores, promotores do Ministério Público e entidades, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) ouviu dos participantes que não aceitam a proposta da prefeitura de trocar um quarteirão em área nobre no Itaim Bibi, que seria entregue para a exploração imobiliária, pela construção de 200 creches na periferia.

O deputado relatou que protocolou na Comissão de Educação da Assembleia uma convocação ao prefeito para que ele explique essa decisão que contempla as empreiteiras em prejuízo da população e do patrimônio público, quando ameaça de fechamento oito equipamentos públicos, entre eles escolas, posto de saúde, biblioteca, centro de saúde etc. Giannazi argumentou ainda que o fato de o projeto já ter sido aprovado pela Câmara não significa que ele vai ser realizado. Como exemplo de fato consumado que foi revertido, Giannazi lembrou o movimento de resistência contra o fechamento da escola Martim Francisco, que na época tinha mais de 1.200 alunos matriculados. O projeto já havia sido aprovado na Câmara mas a atuação do Ministério Público e a mobilização da sociedade reverteu o processo, anulando o negócio.

Os promotores de justiça Valter Foleto Santin, presente na reunião, falou que foram instalados dois inquéritos, um deles analisando se há prejuízo ao patrimônio público e social, área em que ele atua. O outro inquérito, analisa o projeto sob a ótica ambiental, área em que atua o promotor Washington Luís de Assis, também presente, e que reforçou o que Santin disse sobre a necessidade da participação popular. Além disso, Assis fez uma análise rápida do que tem saído na imprensa e concluiu que "com base na legislação em vigor, a ideia de alienar essa área não atende ao interesse público".

Moradores " entre eles a atriz Eva Wilma ", frequentadores e representantes de associações falaram alternadamente que o projeto é um absurdo, e que construir 200 creches na periferia é "conto da carochinha". Todos se declararam contrários ao projeto e esperam que o prefeito volte atrás.