Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Cartografia

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Cartografia: importante contribuição ao estudo da formação da história do Brasil
Graças ao denodo de cartógrafos, engenheiros, desenhistas, topógrafos, navegantes, sem falarmos dos viajantes que aportaram na Terra de Santa Cruz, todos verdadeiros artistas pesquisadores, o Brasil de hoje pode melhor conhecer as rotas marinhas utilizadas pelos navegadores europeus, as utopias dos holandeses e dos franceses no Nordeste, a descoberta da Amazônia, o desbravamento dos bandeirantes, os roteiros do ouro pelas Minas Gerais e o traçado de nossos limites fronteiriços.
A cartografia é arte pois subordina os princípios fundamentais do processo cartográfico às leis da estética. Os mapas geográficos, os Atlas, as cartas náuticas, as plantas, os desenhos e os panoramas constituem importante contribuição ao estudo da formação da história do Brasil e do território nacional.
Isa Adonias, a dedicada pesquisadora e organizadora da importante Mapoteca do Itamarati, afirma que "a história da cartografia é tão antiga que não se torna possível determinar as suas origens. Supõe-se que a humanidade tenha expressado seus conhecimentos geográficos através de mapas muito antes do aparecimento da escrita e que sua feitura inclui-se entre os tipos mais antigos da arte gráfica, comum a todas as culturas primitivas".
Alexander von Humboldt afirma categórico que o nome Brasil, aplicado para denominar uma madeira utilizada para tingir, teve sua trajetória iniciada - embora com variações linguísticas - no começo do primeiro milênio de Sumatra ao Novo Mundo. Assim, o nome de nosso país aparece em importantes mapas da época medieval denominando uma misteriosa ilha, entre as muitas existentes no chamado Mar Tenebroso. O que se conclui que o nome é anterior ao próprio país.
Vale salientar que exatamente na Idade Média a cartografia teve influências místicas onde tiveram presença importante os elementos fantásticos, bíblicos e religiosos. Dizem os estudiosos que a cartografia se aproximou da realidade com a influência dos cruzados e as narrações dos viajantes de então.
Os mapas dessa época exerceram grande fascínio elaborado que foram sob a influência do cristianismo.
Não podemos esquecer que os descobrimentos portugueses tiveram inicialmente seus registros e mapas elaborados por cartógrafos italianos e holandeses, a partir de então passaram os lusitanos a elaborar suas próprias cartas náuticas. A partir do século XVI, os portugueses passaram a produzir Atlas manuscritos envolvidos com belíssimas iluminuras.
Na obra "Imagens da formação territorial brasileira", editada pela Odebrecht, Isa Adonias escreve que os franceses conquistaram o mercado dos mapas a partir do século XVII. "Depois da fase brilhante da escola de Dieppe, a cartografia francesa voltaria a destacar-se nos séculos XVII e XVIII, com uma série de nomes ilustres como os da família Sanson d'Abbeville (Nicolas, o fundador, 1600-67); Adrian e Guillaume; de Pierre Duval (1619-83), genro de Nicolas; seu neto Gilles Robert de Vaugondy; seu bisneto Didier Robert de Vaugondy e Nicolas de Fer (1646-1720).
Guillaume de L'Isle (ou Delisle, (1675-1726) foi o primeiro geógrafo do Rei e Aléxis-Hubert Jaillot (1632-1713), editou a obra geográfica mais importante da época, "Le Neptune François" (1693), em colaboração com Jean-Dominique Cassini, eminente astrônomo".
Nota-se nos mapas feitos então uma preocupação mais científica. Os elementos decorativos foram reservados apenas às cartelas dos títulos e escalas, e os espaços internos das terras, preenchidos com notas geográficas e esclarecimentos informativos. A eles, não mais se permitiu aos estampadores e decoradores a liberdade de improvisar composições ornamentais, que muitas vezes apenas serviam para disfarçar a insuficiência de informações geográficas".
As cartelas ilustrativas - conhecidas como "cartuches" - que envolvem o nome dos mapas, entretanto, representam e resumem o que seus criadores imaginavam do país, de seus recursos, suas belezas naturais e constituem hoje objeto de admiração dos exigentes colecionadores.
O mapa "Süd America" elaborado pelo cartógrafo C.F. Weiland em Weimar em 1834 e "Carte d'Amerique" por Guillaume de L'Isle (ou Delisle) e Philippe Buache, ambos primeiros geógrafos do Rei de França e pertencentes à Academia de Ciências são obras doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, pelo colecionador Dominique Edouard Baechler.
Vale salientar que Guillaume de L'Isle foi um cartógrafo excepcional, autor de mais de 100 mapas importantíssimos e trabalhou nos reinados de Luiz XIV, do regente e de Luiz XV. A carta em questão foi revista e aumentada pelo geógrafo Dezauche, sucessor dos primeiros e impressa em Paris pelo seu próprio autor, sob o reinado de Luiz XVIII, exatamente em 1822, data da proclamação da Independência do Brasil. Trata-se pois de uma obra rara de importância artística e histórica.
O Curador
Dominique Edouard Baechler nasceu no ano de 1949, em Genebra, Suíça, onde se formou em história da arte e ciências políticas na universidade local. Em 1979, transferiu-se para o Brasil. Trabalhou durante anos com o professor Pierre Bouffard, diretor conservador do Museu de Arte e de História de Genebra e personalidade de renome internacional.
Essa convivência lhe possibilitou entrar no mundo dos principais museus e galerias européias bem como em contato com colecionadores e amadores de arte. Muito cedo iniciou sua própria coleção de gravuras e mapas antigos originais, formando assim o núcleo de seu acervo que contém peças que hoje são - em muitos casos - raras ou impossíveis de se encontrar.
Com a colaboração de colecionadores, colegas e experts do mundo inteiro continua na busca incansável de peças principalmente ligadas à iconografia brasileira e sul-americana, construindo assim um verdadeiro patrimônio histórico e cultural.
Paralelamente às suas atividades de pesquisa, Dominique Edouard Baechler vem desenvolvendo anualmente técnicas inovadoras de apresentação de seus mapas e gravuras com molduras e "passe-partouts" elaborados para a conservação de suas obras. A estética muito sofisticada de suas criações tem sido objeto de destaque e encômios dos maiores colecionadores do país.
Além de escrever críticas de arte e ter dado aulas de história da arte na Escola de Sociologia e Política da USP, colabora com a Unicef e as Nações Unidas, como conselheiro, na seleção de obras de arte para os cartões de Natal daquela organização da infância e juventude.
Dominique Edouard Baechler é também curador da importante exposição Old Prints, este ano em sua vigésima edição, que o Club Transatlântico está apresentando de 19 de outubro a 25 de novembro em sua sede à Rua José Guerra, 130 - Chácara Santo Antônio. A TV Assembleia preparou em 2009 uma importante emissão sobre a "Imagem do Brasil através da gravura e da cartografia".
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