O desafio estético de Marie Hayafuji envolto nos enigmáticos confrontos de seres e formas

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
21/01/2008 10:21

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Marie Hayafuji<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/DSC_0930.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <i>Duas meninas</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/As meninas02.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Marie Hayafuji é um caso raro no panorama da atual pintura contemporânea. Seguindo um caminho próprio, permanece longe de qualquer corrente, de modismo e de grupos em voga nos últimos decênios. Embora brasileira de nascimento e filha de orientais, sente o fascínio inconsciente pelo neo-realismo alemão.

Colorista de instinto, pode parecer, nos limites, abstrata ou abstrato-expressionista enquanto transmissora de um estado de alma. Dessa situação pictórica, de quando em quando explode o conteúdo com certa prepotência. Como numa necessidade reprimida reaparece, então, a máscara alucinada, o grotesco triste e amargo, a figura feminina sensual e conturbada.

Quais os seus termos de referência? Nesses momentos em que a inquieta humanidade, a ansiedade e as paixões afloram distintas do mais profundo do artista e em perfeita sintonia com sua sinfonia cromática, Marie recompõe, todavia, a complexa matéria.

José Henrique Fabre Rolim, o crítico de arte que a apresenta, escreve: ¨Desenvolvendo um trabalho pictórico conturbado na essência, Marie Hayafugi avança num expressionismo intensamente dramático, refletindo os questionamentos de uma sociedade competitiva e repressiva. A expressividade de sua pintura não se limita nos delineamentos básicos da composição, alcança a própria textura na sutileza dos contrastes cromáticos. A sua obra representa um desafio estético envolto nos enigmáticos confrontos de seres e formas que enaltecem a vitalidade do gesto".

No quadro Duas meninas, doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista reflete a ânsia do ser humano em captar a energia essencialmente mágica da emoção contida em cada pincelada.



A artista

Marie Hayafuji nasceu em Araçatuba, filha de pais japoneses. Criança ainda, transfere-se para São Paulo, onde em 1985 inicia um curso de pintura com a professora Neide Oppido.

Formou-se em administração, marketing, propaganda e arquitetura de interiores. Estudou história da arte com o professor Paulo Machado em 1993, papel artesanal no Liceu de Artes e Ofícios e gravura com Maria Perez Sola. Freqüentou o ateliê do pintor Thomaz Ianelli e fez parte de sua equipe de pesquisa em artes no período de 1991 a 1996.

Participou de diversas exposições coletivas e individuais, destacando-se entre elas: ¨Pintando com Thomaz Ianelli¨, Espaço Cultural Monte Líbano; Salão de Artes de Santo André; 5º e 6º Salão de Artes de São Bernardo do Campo; Centro Permanente de Artes, Guarulhos (1995); 27º Salão de Artes Bunkyo (1996); Espaço Henfil de Artes, São Bernardo do Campo; 26º Salão de Artes Bunkyo (1997); 12º Edition New York - Dinamic Encounters - Projeto da Secretaria do Estado da Cultura do Rio de Janeiro (1999).

Suas obras compõem diversos acervos do exterior, do Brasil e do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp