Seminário esclarece população sobre a epilepsia


10/09/2007 16:47

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Laura Ferreira Guilhoto, presidente da ABE <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/epilepsia Laura Ferreira Guilhoto.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário promovido pela Associação Brasileira de Epilepsia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/epilepsia MAU 6.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) promoveu nesta segunda-feira, 10/9, seminário com objetivo de conscientizar a sociedade sobre os cuidados necessários para combater e conter as crises epilépticas. O evento é parte da programação em comemoração ao Dia Latino-Americano de Epilepsia, celebrado em 9 de Setembro.

Laura Ferreira Guilhoto, presidente da ABE, e outros especialistas em saúde esclareceram as dúvidas do público presente, formado de pessoas com o distúrbio, familiares e interessados.

Conhecida popularmente como desmaios, acessos ou ataques, a epilepsia pode ser confundida com distúrbios do sono, refluxo gastroesofágico ou perda de fôlego. "Através do eletroencefalograma, um exame simples e indolor, pode-se diagnosticar a diferença entre uma e outra doença", declarou Laura Ferreira.

Ela explica que a epilepsia é uma descarga elétrica ocorrida no cérebro e, de forma geral, não é hereditária. A maior parte dos casos é congênita, mas o distúrbio pode surgir no decorrer da vida. "Toda célula tem atividade elétrica, e em nosso cérebro existem 100 bilhões de neurônios com um potencial enorme de conexões", destaca a médica.

Outra abordagem foi levantada pela médica Elza Márcia Yacubian, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ela chamou a atenção para o preconceito em torno da epilepsia e disse que a maior incidência dos casos está nos países subdesenvolvidos. Na opinião da médica, a educação e o conhecimento são algumas das formas de se combater essa visão errada.

Quanto ao tratamento, ela ressalta que participação da família é de fundamental importância. Segundo a médica, em determinados casos, o paciente pode apresentar avanços no quadro clínico pela simples mudança nos hábitos cotidianos. "Cortar radicalmente o álcool e ter uma boa noite de sono podem resultar em significativas melhoras", afirma a Elza Yacubian.

O uso de medicamentos e a cirurgia também são eficazes na redução parcial ou total das crises, mas um alerta recai sobre a cirurgia. "Há de se pesar os perigos e os benefícios advindos dessa decisão, pois haverá sempre o fator risco", aconselha a médica.

Ricardo Centeno é neurocirurgião da Unifesp, uma das entidades credenciadas pelo Ministério da Saúde para realizar a cirurgia de epilepsia. Ele informou que, com os recursos do governo federal, uma média de 600 pessoas são operadas a cada ano pelo SUS. Mas, em contrapartida, outros 4.500 casos de epilepsia surgem no mesmo período. Segundo o especialista, estudos apontam que 1,5% da população brasileira desenvolve a doença, algo em torno de 2.250 milhões de pessoas. "Desse total, apenas 200 mil são bons candidatos à cirurgia", ressaltou o neurocirurgião.

O seminário da Associação Brasileira de Epilepsia ocorreu no auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa por solicitação do deputado Bruno Covas (PSDB).

alesp