Líderes ouvem sugestões de presidente da Fiesp sobre cobrança da água

Na busca de um consenso sobre o texto final do projeto que estabelece a cobrança pelo uso da água no Estado (PL 676/2000), a ser votado pela Assembléia Legislativa, os líderes partidários e alguns deputados reuniram-se nesta terça-feira, 21/6, sob a coordenação do presidente da Casa, Rodrigo Garcia, para ouvir as sugestões de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e de Julio Cerqueira César Neto, diretor presidente da Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.
O projeto do governador do Estado chegou à Assembléia em 2001, recebeu emendas dos parlamentares, tramitou pelas comissões permanentes, foi amplamente discutido em audiências públicas e seminários e já foi debatido em plenário por cerca de 20 horas. Os deputados pretendem fechar acordo em torno de uma emenda única, a chamada aglutinativa, que incorpore sugestões de parlamentares de todos os partidos com representação na Casa. O líder do PV, Giba Marson, é responsável por essa síntese.
Posição das indústrias
As sugestões da Fiesp se resumem a dois pontos, segundo Skaf, de grande importância: poupar as usinas hidrelétricas da cobrança e estabelecer teto para o pagamento a ser feito pelas indústrias. O presidente da Fiesp afirmou que as usinas não consomem água, uma vez que o recurso apenas passa por suas instalações. "Também não ocorre dano ambiental, pois, ao passar pela turbin,a a água acaba sendo oxigenada", destacou Skaf.
Ele insistiu na exclusão das hidrelétricas da cobrança, porque entende que o país vive à beira de uma crise energética e não é aconselhável desestimular o setor com mais esta oneração. "Isso iria contra os interesses do Estado e do país", alertou.
Quanto à fixação de teto de cobrança, o presidente da Fiesp propôs que o valor seja explicitado no texto do projeto. "Sugerimos que as indústrias paguem pelo despejo de dejetos o equivalente a duas vezes o que paga pela captação de água." De acordo com Skaf, essa é a matemática aplicada pelo Comitê da Bacia de Paraíba do Sul, de âmbito federal. Para Skaf, o limite é importante, uma vez que, se cada comitê de bacia decidir qual será o valor cobrado das indústrias, poderá ocorrer uma disputa entre eles pela arrecadação.
Sistema de gerenciamento
Julio Cerqueira César Neto apresentou um histórico sobre a regularização dos recursos hídricos no Estado. Lembrou a criação do sistema de gerenciamento do setor e a criação do Fundo Estadual dos Recursos Hídricos (Fehidro), enfatizando que a cobrança pelo uso da água é a principal ferramenta para o sucesso do sistema. Ele ressaltou que a agência presidida por ele só existe graças a uma lei municipal paulistana que propiciou o custeio do órgão pela prefeitura de São Paulo.
Segundo César Neto, os comitês são compostos por um terço de representantes do governo do Estado, um terço de autoridades municipais e um terço de representantes da sociedade civil. "Eles serão os responsáveis pela fixação dos valores cobrados e essa decisão ainda passará pelo comitê estadual."
Para César Neto, é imprescindível excluir as Bacias do Alto Tietê e da Baixada Santista da destinação obrigatória de 20% para áreas rurais. "Essas bacias se localizam em regiões urbanas em quase sua totalidade e esse percentual não se faz necessário."
A visão parlamentar
O presidente Rodrigo Garcia explicou que o projeto atrai a polêmica porque é um tema inovador. "Para obtermos um consenso em torno do assunto é preciso ouvir todos os setores envolvidos." De acordo com o presidente, o projeto segue uma linha moderna de disciplinar o uso da água. "Essa será a contribuição do Legislativo para as próximas gerações", disse.
O líder do PT, Renato Simões, concordou com os pontos apresentados por Skaf e afirmou que a matéria precisa ser votada o quanto antes, mesmo porque existe um grande interesse da sociedade nesse sentido.
José Dílson, líder do PDT, disse que a exclusão das hidrelétricas deve ser discutida com maior cuidado e que, a princípio, não concorda com a proposta.
Em nome da bancada do PSDB, Rodolfo Costa e Silva, afirmou que seu partido é totalmente a favor do projeto, cujo debate, segundo ele, já superou várias etapas. "Chegamos a um acordo sobre a isenção de pequenos agricultores da cobrança, a exclusão do custeio de saneamento pelo Fehidro e a garantia da preservação de mananciais."
Ricardo Castilho (PV) lembrou que as hidrelétricas poderiam acabar repassando o custo nas contas de energia elétrica e, por essa razão, deveriam ficar fora da cobrança.
A necessidade de conter a degradação do meio ambiente é para o deputado Aldo Demarchi (PFL) o principal fator para a rápida aprovação do projeto.
"A discussão está saturada e a sociedade não compreende a demora na aprovação de um projeto tão importante. Quanto mais o tempo passa maior é a dívida social do governo, que deixa de elaborar leis que impeçam prejuízos ao meio ambiente e maior é também a dívida das indústrias que não buscam alternativas que evitem a poluição", declarou Jonas Donizette (PSB).
Reforma política
Após a reunião, Skaf reforçou suas propostas para a imprensa e, questionado sobre a crise política nacional, disse que uma reforma política se faz urgente.
"A apuração de denúncias cabe às CPIs e a órgãos com essa competência, como a Polícia Federal", declarou o presidente da Fiesp.
Skaf disse ainda que o país precisa reduzir seus gastos públicos, gerando uma corrente positiva com a redução da carga tributária, dos juros e da informalidade. "Nesse sentido, apresentei sugestões, por escrito, ao Ministério Público."
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações