Atendendo aos apelos do Marechal Rondon e a exemplo dos demais países americanos, o presidente Getúlio Vargas instituiu, em 1943, o Dia do Índio no Brasil, determinando que a data fosse comemorada anualmente a 19 de abril.

O Dia do Índio tem origem no I Congresso Indigenista Interamericano, realizado em 1940, no México. Na ocasião, os representantes de diversos países americanos presentes no congresso decidiram convidar indígenas para participar do evento. A comissão encarregada de fazer o convite, no entanto, encontrou resistência por parte dos índios, que, habituados a perseguições e traições, mantinham-se afastados de reuniões, de nada valendo os esclarecimentos e tentativas dos congressistas. Dias depois, em 19 de abril, convencidos da importância do evento na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. A partir de então, a data passou a ser consagrada ao índio em todo o continente americano.

Trata-se de uma excelente ocasião, pois, para revelarmos a visão de artistas do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo que, com sensibilidade, retrataram figuras de etnias indígenas de nosso país.

Abaeté, de Val Santinho " Com pinceladas encorpadas e um desenho movimentado, a artista narra o tema escolhido, no caso o modus vivendi dos verdadeiros donos da terra. Ela obedece a um critério de correspondências e progressões da luz. O quadro pintado vivifica num fervor de estrutura que não basta a si própria.

Perfil de Índio 1, de Prescila Mazzola " A artista domina tanto a técnica quanto a distribuição equilibrada da massa cromática sobre a superfície. Todos os elementos de sua obra são indicativos de uma forte personalidade artística.

Maternidade Kamayura, de Elon Brasil " No contexto das ambientações pictóricas do artista, encontramos a expressão de um verdadeiro temperamento de antropólogo, caloroso defensor que é dos povos que habitam nossas terras desde antes do Descobrimento, na realidade os verdadeiros donos da terra de Santa Cruz.

Anchieta e os Curumins, de Maurício Takiguthi " Sua pintura possui um íntimo sabor espiritual e alcança um perfeito equilíbrio entre os valores internos humanos e aqueles plásticos da expressão. Criando um estilo totalmente original e um gosto refinado do retrato, o artista sabe amadurecer o instintivo sentido da cor, disciplinando a arte de usá-la com cuidadosa medida e com robusta variedade de acordes.

Orlando Villas Boas, de Ryszard Polski " Com habilidade e exuberância, o artista experimenta as múltiplas e mais interessantes formas do figurativo, as quais evidenciam sua forte personalidade e uma excelente maestria no uso das técnicas mais funcionais e mais expressivas da pintura contemporânea.

Xavantes Tocando Flauta, de Gisele Ulisse " A arte desta pintora parece estar sintetizada e englobada por uma conhecida frase de Gauguin: "No homem como no pintor cada coisa é um exemplo". A realidade é, de fato, o "exemplo" onde a pintora atinge a matéria para criar obras que constituem o melhor exemplo de estética contemporânea e onde ela mesma transparece.

Índia Carajá, de Rosa Godoy " Atrás da luminosidade de suas cores, a pesquisa da artista se libera em direção a novas soluções estilísticas, expressando uma autenticidade voltada ao lirismo.