Anaíde Oliveira transmite realismo ao colher a dimensão espiritual da paisagem

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
05/05/2006 15:55

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Paisagem da Chapada Diamantina<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/ChapadaDiamantina.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Ligada por vocação à tradição européia, Anaíde Oliveira faz questão de observar em volta de si, alargando o horizonte das suas experiências. Sai de sua solidão para uma participação ativa e, empenhada pelos acontecimentos e com os fatos da vida contemporânea, supera de relance a distância entre o ontem e o hoje, entre a pintura de tradição e a de nossos dias, entendida como a participação do ser humano na vida presente.

A pintora em poucos anos descobriu sua paleta, fez suas escolhas tonais, conquistou o segredo de uma equilibrada paginação, de uma ordem composta e espacial, aprendeu a arte da passagem dos tons do narrativo ao lírico, da percepção visual à transfiguração fantástica, da visão imediata do presente ao chamamento da memória.

Pintora pós-romântica, Anaíde Oliveira sabe unir a meditada lição dos pintores do passado à simplicidade da pesquisa impressionista, enquadrada numa severa moldura estrutural pictoricamente composta e dotada de um profundo sentido de paz. O traço forte e livre de seu desenho constrói contornos procurando colher a dimensão espiritual da paisagem.

Na obra Paisagem da Chapada Diamantina, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, basta admirar as árvores e o rio para sentir que suas variações cromáticas são resultado de uma rápida e sólida elaboração do "impasto" na qual as cores não se fundem completamente, mas permanecem leves, e nos transmitem o realismo do local.



A artista

Anaíde Oliveira, nome artístico de Anaíde Rosa de Oliveira Teixeira dos Santos, nasceu em Lisboa em 1956. Veio para o Brasil em 1971, radicando-se com a família em São Paulo.

Formou-se em Pedagogia e Orientação Educacional pela Universidade de São Paulo. Deixou a vida profissional " como ela própria afirma " para dedicar-se ao ócio criativo. Embora autodidata, participou de cursos livres de arte com vários professores, iniciando com trabalhos acadêmicos e posteriormente pesquisando arte moderna, utilizando preferencialmente a espátula.

Realizou diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Círculo Militar de São Paulo (1999, 2000, 2001, 2002 e 2003); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (2003); Centro Cultural da Marinha (2002); XIX Salão de Artes Plásticas de Rio Claro; Salão Cultural Flat Poeta Drummond; 1º Salão de Artes do Centro Cultural da Vila Mariana (2001); Salão Adolpho Bloch, Hebraica (2000).

A artista possui obras em diversos Acervos Oficiais no Brasil, entre eles: Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, Círculo Militar de São Paulo e Complexo Júlio Prestes.

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e em Portugal e no Acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp