"Sugerir não é dar a ilusão do que vemos, é evocar a

realidade, a síntese da realidade, com elementos vindos do espírito", assim escrevia George Valmier no Bulletin de l" Effort Moderne de julho de 1925. Assim é Luiz Badia, que trabalha com os elementos do espírito e procura concretizar o que é abstrato.

Não desejando representar a imagem tal qual ela é, mas sugerindo-a no que ela tem de constante e evitando todo o caráter anedótico ou particular, o artista realiza uma obra quase abstrata que esquematiza até representar a síntese da idéia, da imagem e de sua essência.

A cor possui um lugar essencial em sua obra. Com as manifestações plásticas atuais, o cromatismo assume o seu verdadeiro significado, sua própria vida. Excelente colorista, ousa justapor tintas que vão dos tons mais fortes aos mais delicados. Tecnicamente seus quadros são na sua maioria realizados a partir de médios e grandes formatos.

A tela pintada com suas variações apresenta perfeita execução, que exclui improvisação e efeito compacto. No seio dessa fantástica orquestração de formas e cores, o artista modula seu ritmo.

A obra Azul , doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, possui uma vigorosa paginação e nos transmite, através de seu significativo suporte expressivo, uma transparente mensagem da liberdade de viver e de pensar.



O artista

Luiz Badia nasceu no Rio de Janeiro em 1966. Iniciou suas atividades artísticas na oficina da Casa Rui Barbosa, freqüentando a seguir cursos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com o professor Raymundo Colares, na Escola de Artes Visuais do Parque Laje, com o professor Charles Watson, no ateliê Belo Marques, na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Paralelamente a suas atividades, é professor de pintura e desenho do Atelier Baluarte, no Rio de Janeiro, do qual também é presidente.

Realizou exposições individuais no Monte Pio, Lisboa, Portugal (1986); Galeria Restauração, Lisboa (1989 e 1998); Espaço das Artes, Citigold, Rio de Janeiro (1996); AMAERJ, Rio de Janeiro (1997 e 1998); Casa da Cultura Estácio de Sá, Rio de Janeiro (1999); Casa da Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro (2000); Casa do Brasil em Scottsdale, Arizona, EUA (2000); e Fundação de Arte de Niterói, RJ (2004).

Participou ainda das seguintes mostras coletivas: Centro Cultural da Urca, Rio de Janeiro (1985); Casa da Espanha, Rio de Janeiro (1986); Galeria Restauração, Lisboa (1987); Coletiva do Tejo, Lisboa (1987); Galeria dos Arcos, Lisboa (1990); Jóquei Clube, Rio de Janeiro (1991); Galeria Colombro, Rio de Janeiro (1995); I Mostra de Arte da Câmara de Cultura da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (1995); Galeria da Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro (1998); Galeria Gonzalez, Rio de Janeiro (1998); Casa de Cultura Estácio de Sá, Rio de Janeiro (1999); Galeria Imagem, Rio de Janeiro (1999); Salão da Marina Clube, Rio de Janeiro (1993); Salão do Forte de Copacabana, Rio de Janeiro (1994); Salão do Senai, Rio de Janeiro (1998); Salão Duque de Caxias, Rio de Janeiro (1998) ; Salão Brasil Arte, Rio de Janeiro (1999); Coletiva no Rio Sul , Rio de Janeiro (2000); Galeria Wild Meyer, Arizona, EUA (2000); Encontro das Artes, Rio de Janeiro; Galeria Ambassador, Nova York, EUA; Galeria Vera Ferro, Campinas, SP; Forte de Copacabana, Rio de Janeiro (2001); Galeria Arte Maior, Recife, PE; Palm Springs, Florida, EUA (2002); Galeria Nini, Curitiba, PR (2003); Galeria da Vera, Porto Alegre, RS; e Galeria Portinari, Juiz de Fora, MG (2004).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil, EUA, Holanda e Portugal e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.